terça-feira, 27 de abril de 2010

Só para raros!




É preciso livrar-se do mau gosto de que­rer estar de acordo com muitos.

"Bem" não é mais bem, quando aparece na boca do vizinho. E como poderia haver um "bem co­mum"? O termo se contradiz: o que pode ser comum sempre te­rá pouco valor.

Em última instância, será como é e sempre foi: as grandes coisas ficam para os grandes, os abismos para os pro­fundos, as branduras e os tremores para os sutis e, em resumo, as coisas raras para os raros.

(Friedrich Nietzsche-Além do bem e do mal:Espíritos Livres)

segunda-feira, 26 de abril de 2010

Sobre o sacrifício de animais em rituais religiosos


por Deborah Sá.


É praticamente consenso ser contra o sacrifício de animais em rituais das religiões afro-brasileiras.

Esta quase unanimidade deve-se ao forte preconceito que estas religiões despertam na maioria das pessoas. Na minha quarta série havia uma garota umbandista* e eu era uma das únicas a não temer conviver ao seu lado “- Eu não, ela é macumbeira” – diziam os alunos.

Evangélicos e católicos (em geral, espíritas são mais esclarecidos) pregam o medo ao desconhecido associando os Orixás a algo extremamente nocivo, sem ao menos sugerir uma pesquisa para melhor compreensão das múltiplas formas de fé.

Tupã ou Iansã?

Negras e índias são vistas como “serviçais” enquanto ao índio e o negro são chamados de “preguiçosos”, a fé professada por quem colonizou é a norma. Os ritos são vistos com desdém por quem dança “na presença do espírito santo”, quem não conhece alguém que teve medo de passar ao lado de um despacho?

Construiu-se esta imagem d@ negr@ mal intencionad@ que por uma oferta de sangue alcança seu pedido “não civilizado”, “brutal” e “bizarro”. Este preconceito racial fica ainda mais evidente quando classificam em “Magia Negra” e “Magia Branca”.

Criar/comprar uma galinha e matar para um Orixá é crueldade?
Comer canja é justificável sob qual ótica?
É mais fácil lutar contra a prática de uma religião que sempre foi vista como “selvagem” que admitir a manutenção de uma indústria da eploração humana e animal: A pecuária.

Na cantina da sua igreja vende coxinha?


disponível em http://www.aqueladeborah.wordpress.com

___

*a umbanda é uma corrente de sincretismo que não faz uso de animais em seus ritos.

sábado, 24 de abril de 2010




Mandamento do dia:

"não estudarás processo civil 4 ao sábado, se o dia estiver fabuloso e o mar tiver onda"

[...]

quinta-feira, 22 de abril de 2010

Amigos sempre!


De todos os sentimentos,

Escolha a amizade,

Sentimento puro,

Sem escolha, sem vaidade.

Não é tão caro,

Nem tão raro,

Deixe apenas a sorte tecer,

Pois, nunca se sabe,

Quando reconhecer,

O momento exato de aceitar,

O primeiro gesto peculiar,

Resultante,

Da soma positiva das vontades.

Na amizade não se cobra,

É grátis!

Não se enrola,

Não precisa botar na ponta do lápis,

Sem hipocrisia,

Gente na qual se confia,

E te preza sem sentimentos postiços,

Sem pedir nada em troca,

Sem poda, só amigos...

Agora...

Se você gosta muito,

De gostar muito,

De uma outra pessoa,

Que essa pessoa seja um amigo,

Meu amigo,

Pois assim poderei ser eu.

De todos os sentimentos,

Escolha a amizade,

Sentimento puro,

Sem escolha, sem vaidade.

Obrigado amiguinhos!

segunda-feira, 19 de abril de 2010

da série: entre Atómos e deus (7)

Harmonize-se com os seres que habitam você e com os que habitam o mundo aonde você é apenas um ser...

Eus - InNatura

Desde que eu nasci estou num conflito

Aflito pra saber porque com tanta gente
Que eu podia ser eu nasci eu
Eu nasci eu
Perdido entre sentimentos bons
Pequenos delitos e contradições
Entre a luz e o breu

Eu molho o pão no café e levo
Que deus é preto, fuma cachimbo
Nasce menino e cresce mulher
Vira fumaça, não tem destino
Brinca de roda, roda nos ventos
Dança na chuva, pois é um índio
E cai no frevo, dança ballet
No que imagino

Em tudo que há ele é

Mas eu não sou um só, não sou só um
Eu também sou milhões de eus
Não sou deus, mas sou eus
Não sou deus, mas sou eus
Eu também sou milhões de eus

Pois sou eu quem acredita em mim
Sou eu quem me explico quando me complico
Eu mesmo atendo às minhas preces
Eu mesmo ouço meus próprios gritos

Oh brother, buscando minhas próprias conclusões
Oh brother, foi eus que quis assim
Oh brother, eus é deus dentro de mim

Graças à deus!

...se não há outro mundo! =D


(sem medo, sem culpa, sem julgamento)

(com a alma nua, os olhos atentos e o coração aberto)


(...)


Os Novos Baianos (Galvão - Pepeu Gomes - Moraes Moreira)

Besta é Tu
Besta é tu! Besta é tu! (...)

Não viver nesse mundo
Besta é tu! Besta é tu! (...)
Se não há outro mundo (...)

Porque não viver?
Não viver esse mundo
Porque não viver?
Se não há outro mundo

(...)

E prá ter outro mundo
É preci-necessário
Viver!
Viver contanto
Em qualquer coisa
Olha só, olha o sol
O
maraca domingo
O perigo na rua...

O brinquedo menino
A morena do Rio
Pela morena eu passo o ano
Olhando o Rio

Eu não posso
Com um simples requebro

Eu me passo, me quebro
Entrego o ouro...

Mas isso é só
Porque ela se derrete toda
Só porque eu sou baiano...

Besta é tu! Besta é tu! (...)
Não viver nesse mundo
Besta é tu! Besta é tu!
Besta é tu! Besta é tu!

Se não outro mundo...

(...)

sexta-feira, 16 de abril de 2010

Saudade de casa...


Ando sentindo uma saudade engraçada: era um conforto tão delicioso que não consigo nem explicar e se explicasse não conseguiria ser entendido... (precisam de provas)

(...)

Agora que voltei, as pessoas ficam mais calmas, mais tranqüilas, porque voltaram a me ver como uma pessoa normal. Sim, agora estou num estado normal. Fico feliz por elas, mas não fico feliz por mim. É tão delicioso não ser normal. Liberdade (loucura pras os daqui) é um estado mental tão fantástico, tão divino, tão maravilhoso, tão esclarecedor que sinto muita saudade.

Desde a primeira vez que fui, foi assim. Vou, fico nos braços coloridos da Felicidade, mas volto. O lado de cá também é legal, tem coisas fantásticas, sensações fantásticas, mas aqui não dá pra voar... ;)

A última vez que fui (poucos dias atrás), fiquei muito tempo do outro lado (vários dias). Toquei o céu, brinquei com os anjos, comecei a acreditar que não voltaria mais, mas como todos me pediram, voltei. Hum... mas desta vez eu trouxe a Chave comigo: agora volto quando me deixarem.

Se conseguisse levar nem que fosse uma pessoa da próxima vez, seria incrível: acho que muita coisa mudaria do lado de cá...

(...)

Mas todos iremos um dia. A normalidade vai acabar e todos seremos loucos (a Psiquiatria vai ser uma coisa engraçada neste dia). Uns vão demorar mais (o medo é pesado demais às vezes), mas só há um caminho... Um dia voltaremos todos pra casa.

Quando tudo vira evento !!!




Existe em nos sempre um momento de evento.
Evento de uma vida, evento de um amor !!!!
A vida pode ser evento, mas qual evento de uma flor
Mas por que tanto espinhos na flor
Seriam pura maldade
Prefiro ficar com a verdade
Que sabe o que ate vira evento
A queda de uma caixa de palitos gina no cimento!!
E tenho dito.

terça-feira, 13 de abril de 2010

Chapa 1- Primavera nos dentes


Quem tem consciência para ter coragem
Quem tem a força de saber que existe
E no centro da própria engrenagem
Inventa a contra-mola que resiste

Quem não vacila mesmo derrotado
Quem já perdido nunca desespera
E envolto em tempestade decepado
Entre os dentes segura a primavera
(Secos e Molhados)
Chapa 1 - Primavera nos Dentes
DCE - UFBA

sexta-feira, 9 de abril de 2010

E que se inicie a Nova Era...

Sente-se na poltrona do tempo, pegue seu saco de pipocas coloridas, encha seu coração de Paz e Amor, inspire toda energia cósmica que aguentar, chame o cachorro Zeca pra sentar na poltrona do lado, chame as formigas do jardim Gentileza pra o piquenique, chame as vacas verdes, chame o Cosme e o Damião e dê um grito de VIVA A SOCIEDADE ALTERNATIVA

quinta-feira, 8 de abril de 2010

Amor Celebração x amor cuidado




O que seria o Amor? Em outras línguas existem várias significações para esta mesma palavra no portugês. Camões, inspirado nos textos Bíblicos diria que o "Amor é fogo que arde sem se ver, ferida que se dói e não se sente...." Enfim, nosso nobre Colonizador sintetizou uma infinidade de definições para uma só palavra em português: "AMOR". Fato é que em outras línguas a palavra AMOR tem diferentes traduções e consequentemente diferentes significações, que variam de acordo com a intensidade, a forma etc etc. Uma pena no nosso Português correto só existir uma significação, pois indigna (principalmente a nós mais sensíveis) termos milhões de variações sentimentais e termos de ouvir chamar de AMOR. Com base nisso entao pensemos em dois conceitos diferente para o nosso amor tupiniquim. O amor cuidado e Amor celebração. Muitos vivem ligando o amor simplesmente a relação de cuidado, é a esposinha, que faz tudo certinho, roupinha engomadinha, ISO 9000 ou o maridinho que da cuidadinho, café na cama todo domingo (previsível), trabalhinho etc etc. Ou seja, a felicidade de uma vida quadradinha e previsível. Muitos chamam isso de amor, eu diria que falasse outra palavra, sentimental também por que não? Mas, não amor, ou então um amor assim minúsculo e trivial.
Já o Amor celebração é aquele mútuo, o qual é festejado a cada dia e quando falo em festejos nao digo animações, jantares ou presentes caros e sim atos significativos. Por exemplo: certa feita estava com um casal, 30 anos juntos recebendo amigos, familiares, crianças etc. De repente o rapaz chama a sua esposa de forma risonha e amorosa "amor vamos ali levar uma encomenda na casa de fulano de tal..", todos percebendo que ele apenas queria uma forma de dispistar a todos (principalmente as crianças) para simplesmente celebrar a ultima noite de amor do ano com sua esposa (mesmo depois de 30 anos juntos ainda havia energia no amor para tal). Óbvio que todos nós adultos naquele local percebemos o fato e achavamos delicioso ver aquela relação acontecendo e a felicidade no rosto deles ao voltarem do "passeio" (faltando 5 minutos para a virada), um Amor celebrado, e alimentado por atos inesperados e eficazes para seu sustento. Analisemos entao, onde estaria o amor cuidado neste contexto? Talvez se a esposinha saisse do banho cheirosinha, normalzinha, chegasse na sala, recebece os convidados, perguntasse: "Amor mais uma garrafa de vinho para vocês?" abrisse a garrafa, levasse uns queijos diferentes, esperasse a virada do ano chegar como todos os anos abrisse a garrafa de pró-seco e desejasse mais um feliz ano novo (o que de fato não aconteceu), cuidado, zelo, respeito, mas amor? Não! Não chamemos coisas triviais e previsíveis de Amor, por favor. Invetemos algo ou adotemos o "cuidado" como fundamento e cultivemos o Amor celebração em nossos corações. Afinal, todo Amor celebrado contém o cuidado, mas com certeza um amor simplesmente cuidadoso não tem nada do Amor celebração em si.
Enfim, cuidado com o Amor queridas(os), pois ele precisa sempre ser celebrado. Quanto a celebração usem sua energia e criatividade, escapem do trivial, e se por acaso perceber que não há mais energia para tal, pensem bem no que está se passando.
Só mais um manifesto para falarmos do AMOR !

Bjos e queijos !
Ps: Texto tb no a cara do sapo.

sábado, 3 de abril de 2010

O que me interessa (Lenine)

(...)
A lógica do vento
O caos do pensamento
A paz na solidão
A órbita do tempo
A pausa do retrato
A voz da intuição
A curva do universo
A fórmula do acaso
O alcance da promessa
O salto do desejo
O agora e o infinito
Só o que me interessa.

quinta-feira, 1 de abril de 2010

Vaca Profana (Caetano)

Respeito muito minhas lágrimas

Mas ainda mais minha risada
Inscrevo, assim, minhas palavras
Na voz de uma mulher sagrada
Vaca profana, põe teus cornos
Pra fora e acima da manada
Vaca profana, põe teus cornos
Pra fora e acima da man...
Ê, ê, ê, ê, ê,
Dona das divinas tetas
Derrama o leite bom na minha cara
E o leite mau na cara dos caretas

Segue a "movida Madrileña"
Também te mata Barcelona
Napoli, Pino, Pi, Paus, Punks
Picassos movem-se por Londres
Bahia, onipresentemente
Rio e belíssimo horizonte
Bahia, onipresentemente
Rio e belíssimo horiz...
Ê, ê, ê, ê, ê,
Vaca de divinas tetas
La leche buena toda en mi garganta
La mala leche para los "puretas"

Quero que pinte um amor Bethânia
Stevie Wonder, andaluz
Como o que tive em Tel Aviv
Perto do mar, longe da cruz
Mas em composição cubista
Meu mundo Thelonius Monk`s blues
Mas em composição cubista
Meu mundo Thelonius Monk`s...
Ê, ê, ê, ê, ê,
Vaca das divinas tetas
Teu bom só para o oco, minha falta
E o resto inunde as almas dos caretas

Sou tímido e espalhafatoso
Torre traçada por Gaudi
São Paulo é como o mundo todo
No mundo, um grande amor perdi
Caretas de Paris e New York
Sem mágoas, estamos aí
Caretas de Paris e New York
Sem mágoas estamos a...
Ê, ê, ê, ê, ê,
Dona das divinas tetas
Quero teu leite todo em minha alma
Nada de leite mau para os caretas

Mas eu também sei ser careta
De perto, ninguém é normal
Às vezes, segue em linha reta
A vida, que é "meu bem, meu mal"
No mais, as "ramblas" do planeta
"Orchta de chufa, si us plau"
No mais, as "ramblas" do planeta
"Orchta de chufa, si us...
Ê, ê, ê, ê, ê,
Deusa de assombrosas tetas
Gotas de leite bom na minha cara
Chuva do mesmo bom sobre os caretas...