quinta-feira, 31 de março de 2011

Ida


Para cada passo novo
que parece uma escalada
é de onde se observará
mais um lindo horizonte...

segunda-feira, 28 de março de 2011

AGORA


Faça assim:


1 – clique neste link: http://www.radio.uol.com.br/#/musica/maria-bethania/debaixo-dagua---agora/36581


2 – Ouça a música, de forma bem relaxada e concentrada, lendo a letra:


Debaixo d'água tudo era mais bonito

Mais azul, mais colorido

Só faltava respirar

Mas tinha que respirar

Debaixo d'água se formando como um feto

Sereno, confortável, amado, completo

Sem chão, sem teto, sem contato com o ar

Mas tinha que respirar

Todo dia

Todo dia, todo dia

Todo dia

Todo dia, todo dia

Debaixo d'água por encanto sem sorriso e sem pranto

Sem lamento e sem saber o quanto

Esse momento poderia durar

Mas tinha que respirar

Debaixo d'água ficaria para sempre, ficaria contente

Longe de toda gente, para sempre no fundo do mar

Mas tinha que respirar

Todo dia

Todo dia, todo dia

todo dia

Todo dia, todo dia

Debaixo d'água, protegido, salvo, fora de perigo

Aliviado, sem perdão e sem pecado

Sem fome, sem frio, sem medo, sem vontade de voltar

Mas tinha que respirar

Debaixo d'água tudo era mais bonito

Mais azul, mais colorido

Só faltava respirar

Mas tinha que respirar

Todo dia

Agora que agora é nunca

Agora posso recuar

Agora sinto minha tumba

Agora o peito a retumbar

Agora a última resposta

Agora quartos de hospitais

Agora abrem uma porta

Agora não se chora mais

Agora a chuva evapora

Agora ainda não choveu

Agora tenho mais memória

Agora tenho o que foi meu

Agora passa a paisagem

Agora não me despedi

Agora compro uma passagem

Agora ainda estou aqui

Agora sinto muita sede

Agora já é madrugada

Agora diante da parede

Agora falta uma palavra

Agora o vento no cabelo

Agora toda minha roupa

Agora volta pro novelo

Agora a língua em minha boca

Agora meu avô já vive

Agora meu filho nasceu

Agora o filho que não tive

Agora a criança sou eu

Agora sinto um gosto doce

Agora vejo a cor azul

Agora a mão de quem me trouxe

Agora é só meu corpo nu

Agora eu nasco lá de fora

Agora minha mãe é o ar

Agora eu vivo na barriga

Agora eu brigo pra voltar

Agora

Agora

Agora

(Debaixo D'agua - Arnaldo Antunes)


3 – E, agora, Agradeça! : )

Da série: que raça é esta?

Uma notícia está chegando lá do Maranhão.
Não deu no rádio, no jornal ou na televisão.
Veio no vento que soprava lá no litoral
de Fortaleza, de Recife e de Natal.
A boa nova foi ouvida em Belém, Manaus,
João Pessoa, Teresina e Aracaju
e lá do norte foi descendo pro Brasil Central
Chegou em Minas, já bateu bem lá no sul!

Aqui vive um povo que merece mais respeito!
Sabe, belo é o povo como é belo todo amor.

Aqui vive um povo que é mar e que é rio,
E seu destino é um dia se juntar.
O canto mais belo será sempre mais sincero.
Sabe, tudo quanto é belo será sempre de espantar.
Aqui vive um povo que cultiva a qualidade,
ser mais sábio que quem o quer governar!

A novidade é que o Brasil não é só litoral!
É muito mais, é muito mais que qualquer zona sul.
Tem gente boa espalhada por esse Brasil,
que vai fazer desse lugar um bom país!

(...)

(Notícias Do Brasil (Os Pássaros Trazem) - Milton Nascimento/Fernando Brant)

domingo, 27 de março de 2011

Sou o Vento


Sou feito do ar, sou filho da terra e do mar

Sou neto do tempo e filho do instante

Inconstante

Suave

Intenso

Manso

Vibrante

Você me sente, mas não me entende

Você me percebe, mas não me sabe

Sou guiado pela Lua,

apaixonado pelo Sol,

Pai e mãe da Chuva.

Alimento e apago o fogo.

Inicio e termino tempestade.

Desenho trovão, raio e furacão

Sou invisível, infinito e eterno

Não sou escolha, sou movimento,

porque apenas vou,

apenas vento.


Que os anjos passem alados,
e beijem os olhos...
minhas preces eram só pedidos
Mas meu Deus já sabia de cor e salteado,
Mudo a fala e agradeço!

quarta-feira, 23 de março de 2011

Bicicletada, Salvador 25-03


hei, você aí parado,
sem fazer algo para melhorar o seu lado,
sem fazer algo para melhorar ao lado,
se movimente,
invente,
só não fique aí parado,
frustrado!
o custo é pouco e o benefício é raro,
não fique com cara de hilário,
vem pedalar ao nosso lado!
aqui o mundo gira sobre as nossas pernas,
o céu desloca-se sobre as nossas cabeças,
a brisa ganha força,
e o resto é só stress,
eu sou o vôo livre do pássaro,
eu sou rio que passa desatado,
o mais importante é ter vontade,
o mais importante é querer,
o que sobrou do caminho, fica fácil percorrer... oko

hei...você aí parado

terça-feira, 22 de março de 2011

Onde estão as mulheres?


Só vejo homens.

Homens de terno e sapato;

homens de saia, batom, útero e seios, mas ainda homens.

Estes, os com útero, até lembram mulheres, mas já não me enganam:

são homens!

E este mundo, masculino, já deu o que tinha pra dar.

Não deixou nada em paz,

nada em seu lugar:

dividiu, contou, classificou, descreveu,

discriminou, contabilizou e enlouqueceu,

e fez sumir as mulheres.

Onde estão as mulheres?

Cadê o lado direito no comando?

Cadê o lado direito no seu devido lugar?

Cadê?

domingo, 20 de março de 2011

Lave-se


Pegue água, usando as duas mãos. Lave o rosto. Ele todo. Os olhos, a boca, o nariz, a bochecha, a testa, a orelha. Cada parte de cada vez. Concentre-se em cada ato. Deixe que a água leve as impurezas, as tristezas, as mágoas, as rugas, o cansaço, a amargura. Sinta o frescor, a ternura, o perdão, o alívio.


E agradeça.

sexta-feira, 18 de março de 2011

Perdoe muitas e muitas vezes


Em geral, todos nós fazemos o melhor que podemos. Quando alguém fala asperamente com você, não faz caso do que você diz, comete o que parece ser um gesto desatencioso ou até mesmo uma ação indiscutivelmente má, diga a si mesmo: “Se eu fose ele e tivesse passado pelas mesmas dificuldades, os mesmos sofrimentos, vivido na mesma família, e assim por diante, provavelmeente teria dito ou feito a mesma coisa.” Não conhecemos as histórias que estão por trás das ações das pessoas e por isso precisamos ser pacientes com os outros e não os julgar, reconheccendo os limites de nossa compreensão. Isto não significa fechar os olhos a atos nocivos ou defender a idéia de que ações diferentes têm o mesmo peso moral.


Quando as pessoas não agirem como você desejaria, exercite os músculos da sua boa índole e dê de ombros dizendo a si mesmo: “Ora, tudo bem.” E deixar passar.


Procure, também, ser tão generoso consigo mesmo quando possível. Não se compare com os outros ou com o que você gosta de ser. O aperfeiçoamento humano é um esforço gradual em que se avança dois passos e se recua um.


Perdoe os erros dos outros muitas e muitas vezes seguidas. É um gesto que promove o bem estar interior.


Perdoe a si mesmo muitas e muitas vezes. E tente agir melhor da próxima vez.

segunda-feira, 14 de março de 2011

Homenagem ao poeta dos escravos!!!


Curralinho, 14 de março de 1847 - Salvador, 6 de julho de 1871


Eu já não tenho mais vida!
Tu já não tens mais amor!
Tu só vives para o riso,
eu só vivo para a dor.

Castro Alves

domingo, 13 de março de 2011

sexta-feira, 11 de março de 2011

Grande Espetáculo




Foto retirada em: http://www.pituba.com.br/noticias/prg_not_exi.cfm?id=5504

Grande Espetáculo

O Sorriso é um grande espetáculo
Pra falar a verdade, é um tremendo desconcerto
Pra ser mais preciso é um tremer, padecer
De não sei o que, sem por quê

Me afronta, me toma, me arromba
Tanto me entonta que já nem me resta
A máscara, falta fôlego, lá se vai o juízo...

E depois de todo descompasso,
De todo reboliço, mãos frias,
Espírito calmo, olhar fundo,
Enfim... Aplaudo

João P. Carvalho

sábado, 5 de março de 2011

Morro do Bom Conselho



De frente pro abismo,

De cara no mar,

Reinas tu,

De peito aberto sobre a bohemia,

Um silencioso prazer.


Intocado e misterioso,

Segura em si a lei,

Aqui, não sobe a lei,

Privilégio de poucos,

Um raro prazer.


Plantado sobre a sorte,

Sentados rumo ao norte,

Passa os dias a contar,

Quantas ondinhas quebraram na beira do mar,

Um prazer.


Ao som das cordas,

Aprendo com os grilos,

Derretido em teus braços,

Relaxo e deixo a onda bater,

Conto nos dedos os que mereceram,

Um relaxante prazer.


"Carne levare"





CHUVA SUOR E CERVEJA
(Caetano Veloso, 1971)

Não se perca de mim
Não se esqueça de mim
Não desapareça
A chuva tá caindo
E quando a chuva começa
Eu acabo de perder a cabeça
Não saia do meu lado
Segure o meu pierrô molhado

E vamos embolar
Ladeira abaixo
Acho que a chuva
Ajuda a gente a se ver
Venha veja deixa beija seja
O que Deus quiser

A gente se embala, se embola
Se enrola, só pára
Na porta da igreja
A gente se olha
Se beija, se molha
De chuva suor e cerveja