domingo, 29 de abril de 2012

A dança de Shiva

Dançai a Shiva, nem que seja para lhe nutrir a terra
...quem sabe a massa cinzenta!

Dançai ao mundo despertando risos
o caminho é de alegria.

Escute e silencie,
observe,
são todas as mesmas danças.

Sim, com outros nomes, outros ritmos, outros passos e passistas...
mas no fim, é tudo dança
é tudo uma vida
pungente e pulsante
a se desvelar.

Dançar então, ao amanhecer!

quinta-feira, 26 de abril de 2012




"It's a long road

A água com areia brinca na beira do mar
A água passa e a areia fica no lugar

E se não tivesse o amor
E se não tivesse essa dor
E se não tivesse sofrer
E se não tivesse chorar
E se não tivesse o amor

No Abaeté tem uma lagoa escura
Arrodeada de areia branca"

(Caê)

Cajueirando...

Muito obrigado a vocês que me botaram nesse mundo! Só tenho a agradecer a vocês! Aliás, não tem nada a ver com o que está imaginando. Não digo de um fatídico nascer...estapafúrdio nascimento...na copa de uma árvore, cajueirando...gastamos o nosso tempo. Quanto tempo bem gasto! Encontrou alguma coisa lá em cima? Um sinal de antena ou um bicho preguiça? Passa aí, também quero o sabor... pois é amor! Hahahahaha...

quarta-feira, 25 de abril de 2012

Rabiscos




Emoções - rabiscos de raio de sol,
Impossível tradução.
Efeitos de luz e de amor.

Iluminação serena e tranquila do dia-a-dia vivido de paz.
E o bem, sem rosto, sem cor.
Apenas bem, bem-querer.

terça-feira, 24 de abril de 2012




A força maior está presente
e me presenteou com a vida.

***

Dizer ao coração: calma!
Fique aí na sua e continue seu trabalho...
Inspirar um pouco do prãna da manhã, devagar e profundamente.
Soltar os ombros endurecidos e doloridos, e caminhar no sentido da mais profunda tranquilidade.
Mesmo tendo que buscar, percorrer, subir e escalar, compreender que a casa é a pausa, o repouso, o parado.
Nada na frente, nada atrás, nada em cima, nada em baixo: o ponto de equilíbrio é o meio imóvel e sossegado.
Às grandes questões: o seu tempo.
Aos imensuráveis conflitos: a autopacificação!
Não há uma linha de chegada, mas uma coordenada muito, muito específica.
A latitude é dada pelo amor tranquilo, a longitude é fornecida pelo silêncio consciente.
Juntar os dois dados, largar toda e qualquer bagagem, e caminhar com a mais profunda fé no caminho da Luz... Sempre!


domingo, 22 de abril de 2012




"O homem, bicho da terra tão pequeno
Chateia-se na terra
Lugar de muita miséria e pouca diversão,
Faz um foguete, uma cápsula, um módulo
Toca para a lua
Desce cauteloso na lua
Pisa na lua
Planta bandeirola na lua
Experimenta a lua
Coloniza a lua
Civiliza a lua
Humaniza a lua.

Lua humanizada: tão igual à terra.
O homem chateia-se na lua.
Vamos para marte - ordena a suas máquinas.
Elas obedecem, o homem desce em marte
Pisa em marte
Experimenta
Coloniza
Civiliza
Humaniza marte com engenho e arte.

Marte humanizado, que lugar quadrado.
Vamos a outra parte?
Claro - diz o engenho
Sofisticado e dócil.
Vamos a vênus.
O homem põe o pé em vênus,
Vê o visto - é isto?
Idem
Idem
Idem.

O homem funde a cuca se não for a júpiter
Proclamar justiça junto com injustiça
Repetir a fossa
Repetir o inquieto
Repetitório.

Outros planetas restam para outras colônias.
O espaço todo vira terra-a-terra.
O homem chega ao sol ou dá uma volta
Só para tever?
Não-vê que ele inventa
Roupa insiderável de viver no sol.
Põe o pé e:
Mas que chato é o sol, falso touro
Espanhol domado.

Restam outros sistemas fora
Do solar a col-
Onizar.
Ao acabarem todos
Só resta ao homem
(estará equipado?)
A dificílima dangerosíssima viagem
De si a si mesmo:
Pôr o pé no chão
Do seu coração
Experimentar
Colonizar
Civilizar
Humanizar
O homem
Descobrindo em suas próprias inexploradas entranhas
A perene, insuspeitada alegria
De con-viver."

quinta-feira, 19 de abril de 2012

Hálito sonso



Venenosa...
É isso que quero?
Sinto os ombros arderem,
No mar de intolerância,
Minha ânsia se compara,
À arquitetura de Pequim,
Do botequim do Rio Vermelho,
Me vejo no espelho,
Com vento belo no rosto,
Nada imposto,
Com o circo elétrico na ponta da língua,
Chama o altruísta,
Pra ajudar a envenenar,
O mal que excita e regurgita,
O hálito sonso da ruína.

segunda-feira, 16 de abril de 2012


E as vezes eu olho fundo nos seus olhos
pra ver se entra alguma coisa nessa sua cabeça de vento
que não se transforme em redemoinho...

quarta-feira, 11 de abril de 2012

A beleza simples de viver o dia

"Todo dia o sol levanta
E a gente canta
Ao sol de todo dia
Fim da tarde a terra cora
E a gente chora
Porque finda a tarde
Quando a noite a lua mansa
E a gente dança
Venerando a noite
Madrugada, céu de estrelas
E a gente dorme
sonhando com elas."

sexta-feira, 6 de abril de 2012


"A vida é vitoriosa não quando se tem o que costuma ver como bençãos, ou seja, beleza, dinheiros, honrarias e assim por diante. Essas coisas podem perfeitamente conviver e até entrar em simbiose com a mais completa infelicidade. Elas não representam uma vitória, por mais que seus detentores e os que erroneamente os invejam queiram pensar assim. A vida é vitoriosa quando se satisfaz o que de fato há em cada um de nós, aquilo que de fato ansiamos e quase nunca nos permitem, nem nos permitimos, reconhecer. Preencher essa satisfação é uma tarefa cumulativa, em que a preparação é, por assim dizer, permanente."

O diário do Farol - João Ubaldo Ribeiro..

E se até um crápula percebeu isso...há de haver verdade nas palavras do coração.

quinta-feira, 5 de abril de 2012

ando meio Drummond

Amar

Que pode uma criatura senão,
entre criaturas, amar?
amar e esquecer,
amar e malamar,
amar, desamar, amar?
sempre, e até de olhos vidrados, amar?

Que pode, pergunto, o ser amoroso,
sozinho, em rotação universal, senão
rodar também, e amar?
amar o que o mar traz à praia,
e o que ele sepulta, e o que, na brisa marinha,
é sal, ou precisão de amor, ou simples ânsia?

Amar solenemente as palmas do deserto,
o que é entrega ou adoração expectante,
e amar o inóspito, o áspero,
um vaso sem flor, um chão de ferro,
e o peito inerte, e a rua vista em sonho, e uma ave de rapina.

Este o nosso destino: amor sem conta,
distribuído pelas coisas pérfidas ou nulas,
doação ilimitada a uma completa ingratidão,
e na concha vazia do amor a procura medrosa,
paciente, de mais e mais amor.

Amar a nossa falta mesma de amor, e na secura nossa
amar a água implícita, e o beijo tácito, e a sede infinita.

(Carlos Drummond de Andrade)

segunda-feira, 2 de abril de 2012


"As cores de abril
Os ares de anil
O mundo se abriu em flor
E pássaros mil
Nas flores de abril
Voando e fazendo amor

O canto gentil
De quem bem te viu
Num pranto desolador
Não chora, me ouviu
Que as cores de abril
Não querem saber de dor

Olha quanta beleza
Tudo é pura visão
E a natureza transforma a vida em canção"

domingo, 1 de abril de 2012

O que se pode controlar e o que não pode



A felicidade e a liberdade começam com a clara compreensão de um princípio: algumas coisas estão sob nosso controle e outras não estão. Só depois de aceitar esta regra fundamental e aprender a distinguir entre o que podemos e o que não podemos controlar é que a tranquilidade interior e a eficácia exterior tornam-se possíveis.

Sob nosso controle estão as nossas opiniões, aspirações, desejos e as coisas que nos causam repulsa ou nos desagradam. Essas áreas são justificadamente da nossa conta porque estão sujeitas à nossa influência direta. Temos sempre a possibilidade de escolha qundo se trata do conteúdo e da natureza de nossa vida interior.

Fora do nosso controle, entretanto, estão coisas como o tipo de corpo que temos, se nascemos ricos ou se tiramos a sorte grande e enriquecemos de repente, a maneira como somos vistos pelos outros ou qual é a nossa posição na sociedade. Devemos lembrar que estas coisas são externas e, portanto, não dependem de nós. Tentar controlar ou mudar o que não podemos só resulta em aflição e angústia.

Lembre-se: as coisas sob nosso poder estão naturalmente à nossa disposição, livres de qualquer restrição ou impedimento. As que não estão, porém, são frágeis sujeitas a dependência ou determindas pelos caprichos ou ações dos outros. Lembre-se também do seguinte: se você achar que tem domínio total sobre coisas que estão naturalmente fora de seu controle, ou se tentar assumir as questões de outros como se fossem suas, sua busca será distorcida e você se tornará uma pessoa frustrada, ansiosa e com tendência para citicar os outros.

Epicteto (55 d.C. - 135 d.C.)