quarta-feira, 28 de julho de 2010

Novo desnudo mundo!


O amargo sabor do cipó,

Do mais depurado pó,

Combinado com a bolha pálida,

Que escorre da folha árida,

Dando nó no orvalho descansado,

Desata a placenta flácida que se rompe,

Abre as portas da percepção,

E desperta no imaturo,

O prazer duro,

De respirar ar,

A anciedade de se acalmar,

E a certeza da inexatidão.


O amargo sabor do cipó,

O que escoa da barracheira,

Apresenta o tato,

Num dado toque de dedos,

Revela a descoberta,

Da existência,

De um mundo novo,

Por debaixo da coberta.


O amargo sabor do cipó,

Que dilata a pupila da verdade,

Que dá asas a realidade,

Te fornece a percepção,

Num surto de consciência...a noção,

De que tudo poderia passar,

E mesmo estagnado,

A sensação de tempo aproveitado.


O amargo sabor do cipó,

Que do tronco,

Extrai a força desconhecida,

Te permanece ereto,

Na direção da luz perseguida,

E aceita a dor,

Como uma flor,

Que se merece, mas se esmorece.


O amargo sabor do cipó,

Que trava a língua,

Liberta a mente,

Não desmente,

Tudo que Caetano já dizia.

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