segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Me perdendo pra não te perder


E o que será que eu quero? 10 meses depois, o que nos aguarda? Talvez seja, exatamente, o nada que nos aguarda. E a loucura estaria, justamente, em se tratar de um nada. Ou seria essa loucura, na verdade, a simplicidade? Por se tratar de um nada, pra quê avaliar tanto, querer entender os detalhes, as vírgulas, os pormenores. Pra quê?

E a você, o que dizer? Eu quis te perguntar, eu quis que você falasse qualquer coisa, qualquer coisa que me desse o mínimo pra entender. Mas isso te afastava e aí eu tinha que morrer em mim. Controlar meu descontrole. Mas veja, parece que, no fim, isso também me afastou, eu precisava saber...

E ontem, depois de 10 meses, eu queria te ver, sorrir pra você. Sorrir minha alma pra você! Me entregar, me jogar. Mas eu não consegui. Senti até uma vontade estranha de fugir, mas, mais uma vez, controlei o meu descontrole.

Um descontrole diferente dessa vez. Já não havia vozes efusivas, ansiosas por serem caladas por você. Estranhamente, até para minha surpresa, elas assistiram a tudo (ou nada) espiando o que acontecia sem muita vontade. Sem fazer menção, a qualquer tempo, de falar o que quer que fosse.

Não sei como vai ser. Se vou te querer ou se vou te afastar.

Dormir abraçados no final foi legal. Mas até que ponto? Foi bom estar com você ou foi bom estar com as coisas que só você faz? Eu não tenho a resposta agora. Ou, ao menos, não acredito muito na resposta que tenho.

Será que a gente pode voltar tudo bem pro comecinho? Aí viveríamos aquele momento mágico, apaixonado e, ainda, inocente. Mas não, nada pode ser como antes. Como poderia? A pureza foi manchada, agora é ferida...

Eu queria achar covarde te culpar, ser politicamente correta. Acontece que eu não acho covarde. Pra mim, a culpa é sua! A culpa da gente tá assim é toda sua. E aí não adiantam tantas declarações ditas baixinhas na madrugada. O medo de assumir pro mundo fez o vento levar seus sussurros, fazendo minhas súplicas se perderem no vazio.

Mas eu acho que no fim eu não quero me perder de você. Eu quero é me perder em você. Mas antes, eu quero lavar minha alma, deitadinha encaixada nos seus ombros. Quero deixar esse choro, essas lágrimas presas há quase um ano, banharem, silenciosamente o seu ser.

E aí, talvez você entenda. Talvez, me libertando desse embrulho que tá aqui eu possa, finalmente, me entregar mais uma vez.

Mas você poderia acabar fugindo e eu não quero. Mesmo sem te querer, não quero te perder.

As lágrimas permanecerão aqui, então. O medo de te perder será o mesmo que continuará te matando aos poucos em mim.......

3 comentários:

  1. Perfeeeeeeeeeeeeito está de parabéns, realmente descreve o meu sentimento nesse momento ao qual estou passando

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  2. Caralho...
    Perfeeeeeeeeeeeeito está de parabéns, realmente descreve o meu sentimento nesse momento ao qual estou passando[2]
    Oh Jah! Que lindo...quanta força nas palavras...

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