domingo, 27 de maio de 2012
sábado, 26 de maio de 2012
quinta-feira, 24 de maio de 2012
Confesso que já estou cheio de me informar sobre o mundo. Pela TV, pelo rádio, pelos incontáveis canais da Internet, pelos celulares, pelos velhos jornais e revistas não param de chegar notícias, comentários, opiniões formadas. Essas manifestações me cercam, obrigam-me a tomar conhecimento de tudo, enlaçam-me numa rede de informações infinitas, não me deixam ignorar nenhum acontecimento, do assalto no bar da esquina aos confrontos no Oriente Médio. Gostaria de descansar os olhos e os ouvidos, daria tudo para que se calassem por algum tempo essas notícias invasoras, e me sobrasse tempo para não saber mais nada de nada...
Minha utopia é acordar num dia sem notícias, quando os únicos acontecimentos sensíveis fossem os da natureza e os do corpo: amanhecer, clarear, ventar, escurecer – e andar, olhar, ouvir, sentar, deitar, dormir. Parece pouco, mas é mais que muito: é impossível. É impossível fruir esse estado de contemplação – melhor dizendo: de pura e permanente percepção de si e do mundo. Até porque partiria de nós mesmos a violação desse estado: em algum momento nos cansaríamos e passaríamos a cogitar coisas, a avaliar, a imaginar, e estenderíamos nossa curiosidade para tudo o que estivesse próximo ou distante. Em suma: iríamos atrás de informações. Ficaríamos ávidos por notícias do mundo.
O ideal talvez fosse um meio termo: nem nos escravizarmos à necessidade de notícias, nem nos abandonarmos a um confinamento doentio. Mas o homem moderno sabe cada vez menos equilibrar-se entre os extremos. Nossa época, plena de novidades, não nos deixa descansar. Cada tela apagada, cada aparelho desligado parece espreitar-nos, provocando-nos: – Você sabe o que está perdendo?
Desconfio que estejamos perdendo a capacidade de nos distrairmos um pouco com nós mesmos, com nossa memória, com nossos desejos, com nossas expectativas. Bem que poderíamos acreditar que há, dentro de nós, novidades a serem descobertas, notícias profundas de nós, que pedem calma e silêncio para se darem a conhecer.
Minha utopia é acordar num dia sem notícias, quando os únicos acontecimentos sensíveis fossem os da natureza e os do corpo: amanhecer, clarear, ventar, escurecer – e andar, olhar, ouvir, sentar, deitar, dormir. Parece pouco, mas é mais que muito: é impossível. É impossível fruir esse estado de contemplação – melhor dizendo: de pura e permanente percepção de si e do mundo. Até porque partiria de nós mesmos a violação desse estado: em algum momento nos cansaríamos e passaríamos a cogitar coisas, a avaliar, a imaginar, e estenderíamos nossa curiosidade para tudo o que estivesse próximo ou distante. Em suma: iríamos atrás de informações. Ficaríamos ávidos por notícias do mundo.
O ideal talvez fosse um meio termo: nem nos escravizarmos à necessidade de notícias, nem nos abandonarmos a um confinamento doentio. Mas o homem moderno sabe cada vez menos equilibrar-se entre os extremos. Nossa época, plena de novidades, não nos deixa descansar. Cada tela apagada, cada aparelho desligado parece espreitar-nos, provocando-nos: – Você sabe o que está perdendo?
Desconfio que estejamos perdendo a capacidade de nos distrairmos um pouco com nós mesmos, com nossa memória, com nossos desejos, com nossas expectativas. Bem que poderíamos acreditar que há, dentro de nós, novidades a serem descobertas, notícias profundas de nós, que pedem calma e silêncio para se darem a conhecer.
(Aristides Bianco, inédito)
terça-feira, 22 de maio de 2012
Nossa luz
"Podemos falar indefinidamente, empilhar palavras sobre palavras, chegar a diversas conclusões, mas em toda essa confusão verbal, se houver uma ação clara, equivalerá a dez mil palavras. Muitos de nós temos medo de agir, porque estamos confusos, perturbados, mal-humorados e infelizes. Apesar de toda essa confusão e dessa desordem, esperamos que alguma luz venha nos iluminar, um luz que não venha de fora, que jamais seja enevoada, que não nos foi dada nem induzida, ou que nos possa ser retirada; uma luz que se mantém por si só, sem nenhum esforço da nossa vontade, sem nenhuma razão, uma luz que não tem fim e, portanto, não tem começo..."
"Não há possibilidade de experimentarmos a verdade. Enquanto houver um centro que recolhe, como o "mim", como o pensador, então a verdade não se encontra ali. E quando alguém disser que teve a experiência do real, não acredite: não aceite sua autoridade."
"Entre mim e você não há nenhuma autoridade. A pessoa que lhe fala não tem qualquer tipo de autoridade...o discípulo destrói o mestre e o mestre destrói o discípulo. Temos observado isso na história e em nossa vida diária: nesse lar não há liberdade, nem beleza ou amor."
J. Krishnamurti
quinta-feira, 17 de maio de 2012
Foguete
Tantas vezes eu soltei foguete
Imaginando que você já vinha
Ficava cá no meu canto calada
Ouvindo a barulheira
Que a saudade tinha
É como diz João Cabral de Mello Neto
Um galo sozinho não tece uma manhã
Senti na pele a mão do teu afeto
Quando escutei o canto de acauã
A brisa veio feito cana mole
Doce, me roubou um beijo
Flor de querer bem
Tanta lembrança este carinho trouxe
Um beijo vale pelo que contém
Tantas vezes eu soltei foguete
Imaginando que você já vinha
Ficava cá no meu canto calada
Ouvindo a barulheira
Que a saudade tinha
Tirei a renda da nafitalina
Forrei cama, cobri mesa
E fiz uma cortina
Varri a casa com vassoura fina
Armei rede na varanda
Enfeitada com bonina
Você chegou no amiudar do dia
Eu nunca mais senti tanta alegria
Se eu soubesse soltava foguete
Acendia uma fogueira
E enchia o céu de balão
Nosso amor é tão bonito, tão sincero
Feito festa de São João
terça-feira, 15 de maio de 2012
"Eu sabia, eu... eu tentei evitar
Não te quero, não assim. Vá!
Mas você não me deixou te tirar da minha vida.
Foi entrando, espalhando seu cheirinho, seu riso, sua graça
Esparramando sua vida em mim.
E eu?
Tão segura, tão certa, não resisti.
Como poderia? Como poderia evitar o amor?
E agora você, com o mesmo carinho, está pedindo pra eu sair de você.
Escorrendo entre os meus dedos...
Como faço?
Me devolva, por favor.
Me devolva a mim. "
Não te quero, não assim. Vá!
Mas você não me deixou te tirar da minha vida.
Foi entrando, espalhando seu cheirinho, seu riso, sua graça
Esparramando sua vida em mim.
E eu?
Tão segura, tão certa, não resisti.
Como poderia? Como poderia evitar o amor?
E agora você, com o mesmo carinho, está pedindo pra eu sair de você.
Escorrendo entre os meus dedos...
Como faço?
Me devolva, por favor.
Me devolva a mim. "
segunda-feira, 14 de maio de 2012
segunda-feira, 7 de maio de 2012
"Martela o tempo preu ficar mais pianinho
Com as coisas que eu gosto
E que nunca são efêmeras
E que estão despetaladas, acabadas
Sempre pedem um tipo de recomeço.
Vou ficar mais um pouquinho
Para ver se acontece alguma coisa
Nessa tarde de domingo.
Vou ficar mais um pouquinho
Para ver se eu aprendo alguma coisa
Nessa parte do caminho."
Num 6 ou 7 de maio...
Publico, pra fins de registro e carinho, o meu amor por você.
Neste domingo, quase segunda, guardo este exato sentimento
que sinto agora. Mistura de alívio (daqueles que a gente sente quando termina
de chorar), com alegria serena e vontade de dizer eu te amo. Eu te amo, Mô! : )
Mostro aos meus outros amores, pra fins de registro e amizade,
o meu amor por você.
Juntos, somos um terceiro, diferente, único e que nunca deve
deixar de ser cuidado. Somos os pais deste nosso fruto e, portanto, os responsáveis
por tudo o que lhe acontece.
Cuidemos, portanto, deste nosso Presente com todo nosso
carinho, gratidão, dedicação e com as bênçãos dos nossos amados (muito, muito,
muito amados) amigos e amigas do Cosmos e Damião.
Suas bênçãos!
Numa segunda-feira, de um mês de maio, de uma lua bem, bem cheia
– depois de um dia que, pelo triste e pelo feliz, jamais devemos nos esquecer. Amo
muito, muito, muito você, meu presentinho de Deus!
quinta-feira, 3 de maio de 2012
Eu sou SCAMBO!!
Prefiro seguir o meu Anacronismo
Do que tolir minha existência
Prosseguir com a tendência
Desconsiderar a minha vontade
Desacreditar naquilo que penso
E me contentar com meias verdades
Sendo assim, sigo assim
Fora de Moda,
Fora do Eixo,
Fora do Mundo.
(J.P. Carvalho)
Do que tolir minha existência
Prosseguir com a tendência
Desconsiderar a minha vontade
Desacreditar naquilo que penso
E me contentar com meias verdades
Sendo assim, sigo assim
Fora de Moda,
Fora do Eixo,
(J.P. Carvalho)
terça-feira, 1 de maio de 2012
Da série: Recantos da Bahia
Na Madalena revi teu nome
Na Boa Vista quis te encontrar
Rua do Sol, da Boa Hora
Rua da Aurora, vou caminhar
Rua das Ninfas, Matriz, Saudade
Da Soledade de quem passou
Rua Benfica, boa viagem
Na Piedade tanta dor
Pelas ruas que andei, procurei
Procurei, procurei te encontrar
Lê, lê, lê, rê, lê, lê, lê, rê, lê, lê, lê, eia
Lê, lê, lê, rê, lê, lê, lê, rê, lê, lê, lê, lai.
(Alceu Valença)
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