sábado, 6 de outubro de 2012

Aqui encontro-me embora resistentemente desencontrada

Só eu e o chá quente,
a gripe remediável,
o desejo morno
e o horizonte pleno.

Faz tempos que não me sento assim
acendo o incenso,
esquento a água,
aqueço o coração.

Sem julgamentos,
sem pausas, sem continuações, sem detalhes, sem pedidos, sem defeitos.
Só.

Apenas.

Neste instante. Após sofridos momentos de aflição.
Essa minha quimera, deseja ser o outro, tomar-lhe o tempo,
tornar-me ele. Sem viver o fato, o ato, a cena.
Sem dramatizar, sofrer, chorar, sem sentir pena.
Apenas beber do mel de quem me salta a vista.

Adiante, ante aquela colina, encontro-me, eu!
Desencontrada, dizendo-me agouros.

Pxii, huuuuum, aaaaaaaahhhhhh!
Huuuuum, aaah, pxiuuuuuuuuuuuu.

Acalma-te alma pequena,
sereneia, assussega, não se apequenta.

Só lhe resta o hoje,
e um medo imenso, paralisante, paralelo a tua coragem!

2 comentários:

  1. eita medo da zorra! e coragem...muita coragem!

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  2. Muito lindo, Anetinha. Sereneia e assussega... Como muitas vezes no Cosmos, parece que foi escrito por/para mim. Um beijo grande!

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