terça-feira, 31 de agosto de 2010

E então, estou viva!


Caros amigos,

Eu preciso lhes contar

Ando sofrendo de uma doença deveras grave

E esta afeta em cheio o meu coração...


Há nela momentos de profundo torpor

E lágrimas doces que me escorrem a face

Há nela também momentos de profunda ansiedade

Assim então ataca-me as tripas

Suspende-me o ar!


Neste leito em que me encontro

Sinto a brisa leve preparada para os que anseiam repousar.


Sinto dizer,

Mas sofro de vida

Ela é tão intensa,

Ela anda me queimando o peito

Quando dou por mim já incendiei


Ela, esta ingrata enfermidade

Anda se espalhando e são estrondosos os reflexos que ela imprime em mim

É uma vida sólida e pueril

Espantosamente viril,

Ela acorda-me juto com o sol, parece que durmo com galos


Nos momentos que me gelam a face,

(São os que eu mais temo)

há uma necessidade do pleno que me faz sagaz

E então respiro quando não encontro saída


Minha doença não nasceu sozinha

Ela nasceu de hábitos, hábitos consolidados

Vícios construtores de valores

Grandes rituais de pequenos momentos


Ora, tanta gentileza!

Havia de ter um efeito colateral.

Escrevo no leito em que me encontro, afinal

Quem sabe na morte o que se encontrará...

Sendo assim, remeto-lhes meus mais sinceros préstimos,

Saudações educadíssimas,

Imprimo nestas paginas o vírus que me infectou!

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