sábado, 29 de janeiro de 2011
segunda-feira, 10 de janeiro de 2011
Dois copos e uma porção de dignidade, por favor!
Não queria nada de mais. A solicitação era apenas por dignidade, que lhe começara a faltar.
(...)
Naquele último dia daquele último ano, não havia a suprema face do amor, mas algo digno. Algo que dava para encostar a cabeça de tarde e adormecer sem susto.
Claro que existiam os momentos sublimes. Aqueles que arrepiam a parte de baixo do estômago, mas já não era o constante (não que houvesse qualquer relutância sua em postergar aquela situação).
Não era a companheira de sua vida (eram incompatíveis), mas era suficientemente boa pra ele naquele instante: pés, cabelos, seios, carinho, calor, conforto e algumas promessas.
E isso porque nos invernos passados havia aprendido a valorizar o calor (mesmo quando provinha de uma chama modesta).
O que buscava fundamentalmente era a dignidade do compromisso. Do acordo sério entre duas pessoas sérias e confiáveis (mesmo que aparentemente insanas e inconstantes). Na verdade, era como renunciar parte do amor (talvez a sua melhor parte), porém, como disse, a vida o fez desejar menos.
Claro que queria o fogo, o gozo, o carinho, o mistério, a surpresa, o afeto, o filme de tarde, a mensagem inesperada de amor, a publicidade, a companhia nos lugares agradáveis... Porém uma ou duas destas qualidades, se dignas, já eram mais do que suficientes (culpa da vida).
(...)
E agora? O que queria? Não estaria iludido pelas próprias projeções? Não era ele quem queria tudo o que pudesse desejar? Não era ele quem queria conhecer o mundo, sem deixar saudades? Cadê aquilo que o diferenciava dos demais? Aquela coragem de mudar a realidade, a sua e a dos outros, apenas com amor e criatividade? Tudo havia morrido dentro dele?
Projetado neste seu novo paradigma, percebia, finalmente, que era apenas um vivente, que inspira e expira, mas que persegue sempre o mais elementar que sua dignidade o permite buscar. Apenas isso.
sábado, 8 de janeiro de 2011
Sendo pateticamente complexos, julgaram seus delírios.
Sendo pateticamente chatos, questionaram a sinceridade das suas gargalhadas.
Sendo pateticamente idiotas, destruíram aqueles que você tanto presa.
Sendo pateticamente caretas, condenaram a água, o barro e amor
Sendo pateticamente deterministas, ignoraram que você tem a força de ser Deus, homem, mulher, Cosmos e Damião.
Mas patéticos não entram aqui (sagrada liberdade).
Então sejamos os nossos melhores sentimentos, sem disfarce e sem alarme.
Por que você não vem me dar um beijo?
Na volta pra Terra, pensei: e se os seres terrestres se contentassem com um beijo? E se o “eu gosto tanto de você” já fosse motivo para um beijo, um beijo de amor e de desejo?
Mas subir, descer, entrar, sair faz parte do talento individual de cada um. Temos água de beber, benzer e banhar. Amor para recomeçar e começar novamente uma nova nova identidade.
Então lancemos as peças no xadrez. Tracemos as novas rotas, confiando na proteção de São Jorge (Ben).
E isso porque eu gosto tanto de você.
Mas o mago se esqueceu de avisar.
quinta-feira, 6 de janeiro de 2011
Primeiro raio de sol!
Comunico oficialmente
Que há lugar na minha mesa
Pode ser que você venha por mero favor,
Ou venha coberto de amor
Seja lá como for, venha sorrindo
Ah, bem-vindo, bem-vindo, bem-vindo!
Que o luar está chamando,
Que os jardins estão florindo
Que eu estou sozinho
Cheio de anseio e de esperança,
Comunico a toda gente
Que há lugar na minha dança
Pode ser que você venha morar por aqui,
Ou venha pra se despedir
Não faz mal pode vir até mentindo
Ah, bem-vindo, bem-vindo, bem-vindo!
Que o meu pinho está chorando,
Que o meu samba está pedindo
Vem iluminar meu quarto escuro,
Vem entrando com o ar puro
Todo novo da manhã
Bem-vindo, bem-vindo, bem-vindo!
Que essa aurora está custando,
Que a cidade está dormindo
Certa de estar perto da alegria,
Comunico finalmente
Que há lugar na poesia
Pode ser que você tenha um carinho para dar,
Ou venha pra me consolar
Mesmo assim pode entrar que é tempo ainda
Ah, bem-vindo, bem-vindo, bem-vindo!
Ah, que bom que você veio,
E você chegou tão lindo
Eu não cantei em vão
Bem-vindo, bem-vindo, bem-vindo,
bem-vindo, bem-vindo no meu coração!
Lista de Pedidos pra 2011
Em 2011, eu quero Atenção
Templo meu...
Meu corpo é esse templo
Completo e de arquitetura vanguardista
Nele guardo todos os possíveis encontros e desencontros
Respeitando uma moda
Que ora vela pelo amor, ora vela pelo amado
Contente pelo fato
Da existência ser permanente
E de não haver necessidade
De incenso ou mirra
Pra nutrir meu ambiente
Um templo respeitável
Corpo meu,
bem desenhado
De curvas e simetrias impares
Onde a física permite união sedenta
Com tantos outros templos
O respeito ao templo meu
Perpassa as vinte e quatro horas
Perpassa as estações
Sobrepõem-se aos minutos
O cuidado do corpo meu
Se dá por amor ao construtor deste meu templo
Que me ensinou de forma deveras estranha
Que meu templo é singular e incerto
Respeitoso e honrável a qualquer outro templo apresentado
quarta-feira, 5 de janeiro de 2011
Do Conforto Produtivo
Quando precisar percorrer um grande caminho, atenha-se ao conforto produtivo.
O que é isso? Basicamente é o máximo dispêndio de energia e esforço, no limite do confortável, agradável. Seu esforço não deve gerar dores, aflições, afoitamento, ansiedade, ou quaisquer outros sintomas de desconforto, mas sempre dando o máximo de si (até este limite).
Este é o ponto que nos permite percorrer os maiores caminhos (nas atividades em que este conceito poderá ser aplicado), haja vista ser o equilíbrio entre a rotina que levaria à exaustão e aquela que não te levaria muito longe, por ser preguiçosa demais.
Este foi um bom aprendizado da viagem de bicicleta pra Moreré (neste caso, a questão envolve principalmente a sabedoria no uso das marchas), mas que pode ser estendida para outras áreas da vida.
segunda-feira, 3 de janeiro de 2011
Você merece
E é do simples que queremos,
pensamos e sentimos
que o real toma forma
Todos os sonhos, mistérios e preces podem, realmente, chegar ao fim
Só precisamos de um pé no pedal e o outro no céu
Os caminhos serão difíceis, as angústias maiores ainda,
mas existe o lugar, a mulher, os amigos, o barro, o mar, as estrelas,
o sossego, a paz, as aventuras, as rupturas e as vitórias
O que aprendi nestes últimos dias?
Que a vida é um livro aberto de incríveis possibilidades.