quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Templo meu...


Meu corpo é esse templo

Completo e de arquitetura vanguardista

Nele guardo todos os possíveis encontros e desencontros

Respeitando uma moda

Que ora vela pelo amor, ora vela pelo amado

Contente pelo fato

Da existência ser permanente

E de não haver necessidade

De incenso ou mirra

Pra nutrir meu ambiente


Um templo respeitável

Corpo meu,

bem desenhado

De curvas e simetrias impares

Onde a física permite união sedenta

Com tantos outros templos


O respeito ao templo meu

Perpassa as vinte e quatro horas

Perpassa as estações

Sobrepõem-se aos minutos


O cuidado do corpo meu

Se dá por amor ao construtor deste meu templo

Que me ensinou de forma deveras estranha

Que meu templo é singular e incerto

Respeitoso e honrável a qualquer outro templo apresentado

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