quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Soneto para as estrelas


Hei de baixar um decreto,
maldizendo aquele que não observa as estrelas,
Hei de por um ponto de continuação
a fim de separar as orações relatoras dos meus sentimentos.

Hei de espalhar uns versos
despretenciosos e bem preguiçosos
pra pedir aos homens calma,
lhes farei ver o entardecer.

Hoje, em minha janela pintei umas nuvens
pra que, acaso eu me esquecesse do valor do sol,
pudesse ele ressurgir dali.

E caída a noite sem estrela alguma
eu ainda sentisse por uma brisa "passeadora"
que o que aquece a alma está logo ali.

terça-feira, 29 de novembro de 2011

Ai, Clarice


“O primeiro contato com um texto de Clarice teve um enorme impacto sobre mim.
Era o conto „A imitação da rosa‟ e eu ainda morava em Santo Amaro. Fiquei com
medo. Senti muita alegria por encontrar um estilo novo, moderno – eu estava
procurando ou esperando alguma coisa que eu ia chamar de „moderno‟, que eu já
chamava de „moderno‟ – mas essa alegria estética (eu chegava mesmo a rir) era
acompanhada da experiência de crescente intimidade com o mundo sensível que as
palavras evocavam, insinuavam, deixavam dar-se. Uma jovem senhora voltava a enlouquecer à visão de um arranjo de rosas-meninas. E voltar a enlouquecer era uma desgraça para quem com tanta aplicação conseguira curar-se e reencontrar-se com sua felicidade cotidiana: mas era também - e sobretudo - um instante em que a mulher era irresistivelmente reconquistada pela graça, por uma grandeza que anulava os valores da rotina a que ela mal recomeçara a se apegar. De modo que quem lia o conto ia querendo agarrar-se com aquela mulher às nuances da normalidade e, ao mesmo tempo, entregar-se com ela à indizível luminosidade da loucura. Era uma epifania típica dos contos de Clarice, que eu iria reencontrar inúmeras vezes nos anos que se seguiram àquela 1959. Agradeço a Rodrigo, meu
irmão, sempre tão bom, esse encontro. Ele me deu uma assinatura da revista
Senhor onde eu li esse e outros textos de Clarice ("Os desastres de Sofia", talvez "O crime do professor de matemática" e "Laços de família", com certeza "A legião estrangeira", além de pequenas notas até alguma crítica). Depois ele me deu os livros que continham esses e outros contos novos. E, por fim, os romances - que não se pareciam nada com romances: A maçã no escuro (que me decepcionou consideravelmente) a A paixão segundo G.H (que nunca me pareceu perfeito como os contos perfeitos, mas que me assombrou mais do que os mais assombrosos contos). Nunca li Perto do coração selvagem, seu primeiro livro e por tantos considerado o melhor. Mas li o estranho livro de estórias "eróticas" e as novelas A hora da estrela e Água viva. Meu filho Moreno, quando tinha 19 anos, leu para mim, com lágrimas nos olhos, longos trechos de Uma aprendizagem ou o livro dos prazeres. Em todos esses reencontros, sempre o fluxo da vida aflorando por entre as palavras, às vezes com intesidade assutadora: frequentemente me vem à cabeça o tom, o ritmo, o sentimento do texto sobre "Mineirinho".Ler Clarice era como
conhecer uma pessoa. Em 66, quando cheguei no Rio para morar e tentar trabalhar,
o José Wilker me deu o telefone dela. Uma noite, na presença de Torquato Neto e
Ana, então sua mulher, decidi ligar. Clarice atendeu imediatamente, como se
estivesse esperando a chamada. Não demonstrou nenhuma estranhez e falou
comigo como se já nos conhecêssemos e tivéssemos estado conversando
habitualmente todas as noites. Voltei a ligar para ela muitas vezes. Eram conversas muito diretas ("estou dana da vida, minha máquina de escrever quebrou" - com aqueles erres hebreus) e o telefone era atendido sempre prontamente. Um dia ela me disse ue vira minha fotografia na capa da revista Realidade - eu entre os outros novíssimos da música popular. Um ano depois, eu já morando em São Paulo, voei para o Rio só para participar de uma grande reunião de artistas e intelectuais que, tendo Hélio Pellegrino como porta-voz, queriam exigir do governados do Estado da Guanabara, o Dr. Negrão de Lima, uma atitude nítida com relação ao assassinato, pela polícia, de um garoto chamado Edson Luís, estudante, no restaurante universitário apelidado de Calabouço. Eu estava no
meio de uma quase multidão que lotava a sala de espera do palácio quando senti
um tapinha no ombro e ouvi a voz inconfundível: „Rapaz, eu sou Clarice Lispector.‟
Fique muito tímido e nunca mais nos falamos. Tornei a vê-la num show de Bethânia, de quem ela se aproximou no fim da vida. Mas não pareceu que tivéssemos tido nenhum contato antes. Nas vezes em que nos falamos ao telefone, eu disse a ela que a admirava muito. Mas isso não expressava um milésimo da minha verdadeira admiração e nada dizia sobre o meu amor. O nosso encontro pessoal teve afinal um gosto de desencontro e quantas vezes
eu já lamentei ter deixado a impressão de que meus telefonemas tinham sido uma
irresponsabilidade. Ou ficado com a impressão de que eu a decepcionara com o prosaísmo da minha timidez, da minha casa, da minha música. O que nunca mudou foi o sentimento que a leitura de seus textos provoca em mim. Às vezes pego pra ler "Amor", "Os desastres de Sofia", "A legião estrangeira" ou mesmo "Uma galinha", que nos anos de 1960 eu sabia de cor como se fossem uma canção, e eles permanecem perfeitos momentos da literatura brasileira moderna, perfeitos momentos da vida nas palavras, perfeitos momentos."

(Caetano Veloso)

domingo, 27 de novembro de 2011



"Sinto sua falta!
Então sinta minha falta e me mande amor e luz toda vez que pensar em mim...
E depois esqueça!" 
(Comer, Rezar e Amar)

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

BICICLETADA SALVADOR - MASSA CRÍTICA - NOVEMBRO 2011



Nesta Sexta, 25 de Novembro de 2011 - 18h30 - Largo da Mariquita - Praça do Ciclista, Rio Vermelho, Salvador, Bahia, Brasil.
Evento gratuito.
A Massa Crítica, ou Bicicletada, é um evento aberto a todos aqueles que estejam afim de articular coletivamente estratégias para divulgar, estimular e promover as condições necessárias para o uso da bicicleta como meio de transporte, além de reivindicar o seu espaço nas ruas. Desse modo pretende-se despertar a população e os gestores da mobilidade a consciência de que a bicicleta é um meio de transporte, sustentável, e que como todos os outros merece o devido respeito.
Lutamos por cidades amigáveis, onde os seres humanos sejam respeitados, por transporte público de qualidade para todos, multimodal e integrado. A mobilidade urbana é um direito de todos.

quarta-feira, 23 de novembro de 2011


DEUS SEGUNDO SPINOZA


“Pára de ficar rezando e batendo o peito! O que eu quero que faças é que saias pelo mundo e desfrutes de tua vida. Eu quero que gozes, cantes, te divirtas e que desfrutes de tudo o que Eu fiz para ti.

Pára de ir a esses templos lúgubres, obscuros e frios que tu mesmo construíste e que acreditas ser a minha casa.

Minha casa está nas montanhas, nos bosques, nos rios, nos lagos, nas praias. Aí é onde Eu vivo e aí expresso meu amor por ti.

Pára de me culpar da tua vida miserável: Eu nunca te disse que há algo mau em ti ou que eras um pecador, ou que tua sexualidade fosse algo mau.

O sexo é um presente que Eu te dei e com o qual podes expressar teu amor, teu êxtase, tua alegria. Assim, não me culpes por tudo o que te fizeram crer.

Pára de ficar lendo supostas escrituras sagradas que nada têm a ver comigo. Se não podes me ler num amanhecer, numa paisagem, no olhar de teus amigos, nos olhos de teu filhinho... Não me encontrarás em nenhum livro!

Confia em mim e deixa de me pedir. Tu vais me dizer como fazer meu trabalho?

Pára de ter tanto medo de mim. Eu não te julgo, nem te critico, nem me irrito, nem te incomodo, nem te castigo. Eu sou puro amor.

Pára de me pedir perdão. Não há nada a perdoar. Se Eu te fiz... Eu te enchi de paixões, de limitações, de prazeres, de sentimentos, de necessidades, de incoerências, de livre-arbítrio. Como posso te culpar se respondes a algo que eu pus em ti? Como posso te castigar por seres como és, se Eu sou quem te fez? Crês que eu poderia criar um lugar para queimar a todos meus filhos que não se comportem bem, pelo resto da eternidade? Que tipo de Deus pode fazer isso?

Esquece qualquer tipo de mandamento, qualquer tipo de lei; essas são artimanhas para te manipular, para te controlar, que só geram culpa em ti. Respeita teu próximo e não faças o que não queiras para ti. A única coisa que te peço é que prestes atenção a tua vida, que teu estado de alerta seja teu guia.

Esta vida não é uma prova, nem um degrau, nem um passo no caminho, nem um ensaio, nem um prelúdio para o paraíso. Esta vida é o único que há aqui e agora, e o único que precisas.

Eu te fiz absolutamente livre. Não há prêmios nem castigos. Não há pecados nem virtudes. Ninguém leva um placar. Ninguém leva um registro.

Tu és absolutamente livre para fazer da tua vida um céu ou um inferno.

Não te poderia dizer se há algo depois desta vida, mas posso te dar um conselho. Vive como se não o houvesse. Como se esta fosse tua única oportunidade de aproveitar, de amar, de existir. Assim, se não há nada, terás aproveitado da oportunidade que te dei.

E se houver, tem certeza que Eu não vou te perguntar se foste comportado ou não. Eu vou te perguntar se tu gostaste, se te divertiste... Do que mais gostaste? O que aprendeste?

Pára de crer em mim - crer é supor, adivinhar, imaginar. Eu não quero que acredites em mim. Quero que me sintas em ti. Quero que me sintas em ti quando beijas tua amada, quando agasalhas tua filhinha, quando acaricias teu cachorro, quando tomas banho no mar.

Pára de louvar-me! Que tipo de Deus ególatra tu acreditas que Eu seja?

Me aborrece que me louvem. Me cansa que agradeçam. Tu te sentes grato? Demonstra-o cuidando de ti, de tua saúde, de tuas relações, do mundo. Te sentes olhado, surpreendido?... Expressa tua alegria! Esse é o jeito de me louvar.

Pára de complicar as coisas e de repetir como papagaio o que te ensinaram sobre mim. A única certeza é que tu estás aqui, que estás vivo, e que este mundo está cheio de maravilhas. Para que precisas de mais milagres? Para que tantas explicações?

Não me procures fora! Não me acharás. Procura-me dentro... é aí que estou!!!!!!!!!!

Baruch Spinoza.

terça-feira, 22 de novembro de 2011

"O vento vai dizer

lento o que virá,

e se chover demais,

a gente vai saber,

claro de um trovão,

se alguém depois

sorrir em paz

Só de encontrar..."



"Marcelo Camelo, Rodrigo Amarante, Rodrigo Barba e Bruno Medina não tocam ao vivo desde 2010, quando fizeram uma curta turnê pelo Nordeste do país e no festival SWU. Em 2009, a banda se reuniu para abrir os shows do Radiohead no Brasil, após ter anunciado seu fim, em 2007.

O tecladista Bruno Medina adiantou que, entre os meses de abril e maio de 2012, oito cidades brasileiras vão receber a turnê que comemora o 15º aniversário de formação do grupo. “É com enorme satisfação, um certo frio na barriga e a expectativa de despertar alguns sorrisos no Brasil afora que anuncio: 2012 será ano de turnê do Los Hermanos!”, escreveu o músico, em seu blog no portal G1.

Até o momento, além do Recife, estão confirmados shows no Rio, São Paulo, Fortaleza, Belo Horizonte, Salvador, Brasília e Porto Alegre. As datas e locais das outras apresentações ainda não foram definidos."


Das lições do vento...


Não me leve a mal, mas suas filosofias já não me interessam.
Prefiro estudar o vento e aprender com as flores.
Ouvir atento o que o mar tem pra me dizer e escutar quietinho as histórias que as árvores têm pra me contar.
Sentir todo amor que existe numa fruta e toda beleza que existe em cada pôr-do-sol.
O que é mesmo que estás tentando entender?
O que é mesmo que estas tentando explicar?
Fique em silêncio, brother, sinta o vento, escute o mar, a brisa e as batidas de seu coração.
Desista do pensamento e do entendimento. Esvazie seu copo e não haverá nada que não possas compreender...

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Aos que escrevem...




Quando me faltar inspiração pra escrever, que eu escreva sobre esta falta, mas não deixe de escrever.
Quando o sentimento ou acontecimento do momento parecer banal, chato, triste ou ordinário demais para ser registrado com palavras, que eu sinta a sua importância, pois ele sempre será a presente manifestação da minha existência (e isso, por si só, já é uma jóia de infinito valor e importância).
Nem sempre a vida me dará fatos e sentimentos de significados facilmente apreensíveis, que logo me darão a certeza do que registrar. Muitas vezes é preciso esforço, persistência: escrever e reescrever até que a coisa tome alguma forma.
O que nunca posso fazer é enclausurar-me. Deixar de dizer o que preciso dizer pra mim mesmo, ou pras outras pessoas. Deixar de deixar os retratos da minha vida e do mundo que vejo, pois só agora vejo o que agora vejo, sinto e vivo.
E, apesar disso tudo, que eu não busque significados e conclusões: que os objetos de minhas observações sejam o que eles são, sem a minha interferência. Não posso poluir com fraudes e outras falsidades os meus auto-registros e as minhas expressões. 
E que assim eu faça.

Amor



"Em vez de pensar é melhor entrar no silêncio, que é a porta a caminho da divindade. Relacionamento não é amor e amor não é relacionamento. Este é pronto e fechado e o amor é fluir. Relacionamento é estrutura; amor é não-estruturado. Amor é um processo, um estado de ser. As pessoas amorosas não precisam de relacionamentos. O relacionamento torna-se necessário quando o amor está ausente, ele o substitui. É preciso muita coragem para permanecer aberto, sem criar um relacionamento. O amor acontece, nós não o fazemos acontecer: só podemos nos tornar disponíveis. O amor vem do nada, como um solavanco e só é possível entre iguais. Se escolhemos alguém que tem medo de aprofundar é porque nós também temos. Quando o amor se aprofunda, aumenta a liberdade. Elevar-se no amor é um aprendizado, uma mudança, uma maturidade. É algo espiritual. Quem é sábio não impõe sua idéia a ninguém. A vida é incerta, a insegurança é seu próprio espírito..." OSHO

Aprender a olhar




Contemplando o transcendente das pequenas manifestações, sente-se o Absoluto. Amar cada pequena criatura, sentir cada sutil sensação da existência como um presente do Infinito. Iluminar-se com toda vida e a alegria do mundo, e encher cada pequeno pedacinho da alma com a mais profunda gratidão.
Ser imensamente grato pela oportunidade de existir, sem exigir nada mais.

Caetano - Na asa do Vento




Deu meia noite, a lua faz o claro
Eu assubo nos aro, vou brincar no vento leste
A aranha tece puxando o fio da teia
A ciência da abeia, da aranha e a minha
Muita gente desconhece
Muita gente desconhece, oi,lá rá, viu ?
Muita gente desconhece
Muita gente desconhece, oi,lá,rá, tá ?
Muita gente desconhece
A lua é clara, o sol tem rastro vermelho
É o mar um grande espelho onde os dois vão se mirar
Rosa amarela quando murcha perde o cheiro
O amor é bandoleiro, pode inté custar dinheiro
É fulô que não tem cheiro e todo mundo quer cheira
Todo mundo quer cheira, o,lá,rá, tá ?
Todo mundo quer cheira
Todo mundo quer cheira, o,lá,rá, viu ?
Todo mundo quer cheira

quinta-feira, 17 de novembro de 2011



É muito triste conquistar alguém com tinta no rosto, decote e roupa justa.
Cultive auto-apreço, virtude e purifique suas intenções, que nunca irão lhe faltar boas companhias.
Pare de olhar pra o que brilha vazio aos seus olhos: isso não irá lhe fazer feliz.
Procure o que é verdadeiro e tem substância.
Procure o que faz bem e faz seu coração sorrir com calma.
Torne-se amigável, agradável e interessante.
Ouça mais, ajude mais, ofereça mais e deixe que esta carência toda lhe transforme num peso.
Primeiro, consiga ficar bem com você mesma.
Pessoa nenhuma no mundo jamais irá lhe fazer feliz.
A felicidade é apenas o reflexo de boas escolhas, e suas escolhas dependem apenas de você.
Escolha a saúde, a calma, a lealdade, a honestidade, a sabedoria e os sentimentos que elevam.
Esforce-se menos na acadêmia, e use esta energia toda pra se tornar alguém melhor.
Pare de apontar tanto, culpar tanto e assuma a responsabilidade por suas próprias frustrações.
Amargura é amargo e os beija-flores querem a doçura das flores.
Seja mais amável, mais gentil, mais tolerante!
Voz aguda reclamando dói aos ouvidos.
Voz aguda dizendo boas palavras é música que todos querem ouvir.
Torne-se mais verdadeira!
Deixe que a verdade vá limpando como água toda maquiagem que ainda lhe resta!
Mantenha a cara limpa, a alma pura e seja apenas você mesma.
Seu brilho já é seu!
Sua luz já é sua!
Então, seja transparente e verdadeira que, com toda certeza, seus verdadeiros espelhos logo, logo encontrarão você!

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Inveja



Um sentimento ruim é uma ilusão que leva a mente à infelicidade. 
Um sentimento bom é uma virtude que eleva o espirito e faz a mente sentir alegria e paz.
A inveja é a ilusão cuja virtude correspondente é uma forma específica de empatia. 
É o sentir-se feliz pela felicidade do outro. É o sentir as conquistas dos outros como as nossas próprias conquistas (verdadeiramente).
Cultive este sentimento!
Pratique esta virtude, pois ela é essencial para a sua felicidade!



Disciplina



Se ao olhar pra dentro está encontrando muita confusão, discipline-se.
A mente indisciplinada dificilmente se manterá completamente lúcida ao se deparar com realidades mais profundas. 
Não é se apegar a um método, mas tornar hábito as atitudes verdadeiramente positivas. 
Observar quais são os bons pensamentos, as boas conversas, os bons sentimentos, as boas escolhas e os bons hábitos e enfeitar a vida com eles. 
Disciplina não é rigidez, mas determinação no bom caminho.
Com a disciplina, a mente que busca se conhecer, aos poucos, vai encontrando lucidez, clareza, fé, vigor e equilíbrio. Percebe que não precisa compreender tudo agora, pois logo à frente a resposta aparecerá.
Ela lhe dá a certeza de que as ações do presente lhe renderão bons frutos sempre.


 

terça-feira, 15 de novembro de 2011

Vai ser

Agora não pergunto mais aonde vai a estrada.
Agora não espero mais aquela madrugada.
Vai ser,vai ser,vai ter de ser, vai ser, faca amolada.
O brilho cego de paixão e fé,faca amolda.
Deixar a sua luz brilhar e ser muito tranquilo.
Deixar o seu amor crescer e ser muito tranquilo.
Brilhar, brilhar,acontecer,brilhar,faca amolada.
Irmão,irmã,irmã,irmão de fé,faca amolada.
Plantar o trigo e refazer o pão de cada dia.
Beber o vinho e renascer na luz de todo dia.
A fé,a fé,paixão e fé,a fé, faca amolada.
Deixar a luz brilhar no pão de cada dia.
Deixar o seu amor crescer na luz de todo dia.
Vai ser,vai ser, vai ter de ser, vai ser muito tranquilo.
O brilho cego de paixão e fé, faca amolada.

Bethânia, Fé Cega Faca Amolada.


Caminho...


...cada passo altera uma rota...

(Mari)

Meu nome é mentira!


Aí gente...registre-se a sugestão!

sábado, 12 de novembro de 2011

Stand by me


Antes de morrer se vive






"No bico do beija-flor, beija-flor, beija-flor
Toda fauna-flora agora grita de amor
Quem segura o porta-estandarte
Tem a arte, tem a arte
E aqui passa com raça eletrônico maracatu atômico

Atrás do arranha-céu tem o céu tem o céu
E depois tem outro céu sem estrelas
Em cima do guarda-chuva, tem a chuva tem a chuva,
Que tem gotas tão lindas que até dá vontade de
comê-las

No meio da couve-flor tem a flor, tem a flor,
Que além de ser uma flor tem sabor
Dentro do porta-luva tem a luva, tem a luva
Que alguém de unhas tão negras e tão afiadas esqueceu
de pôr

No fundo do para-raio tem o raio, tem o raio,
Que caiu da nuvem negra do temporal
Todo quadro negro é todo negro é todo negro
Que eu escrevo seu nome nele só pra demonstrar o meu
apego

No bico do beija-flor, beija-flor, beija-flor,
Toda fauna flora agora grita de amor
Quem segura o porta-estandarte
Tem a arte, tem a arte
E aqui passa com raça eletrônico maracatu atômico

Anamauê, auêia, aê
Anamauê, auêia, aê
Anamauê, auêia, aê
Anamauê, auêia, aê"


"O óbvio, Lóri, é a verdade mais difícil de se enxergar" (Salve Clarice)




"Coro de cor sombra de som de cor de mal me quer
De mal me quer de bem de bem me diz
De me dizendo assim serei feliz
Serei feliz de flor de flor em flor
De samba em samba em som de vai e vem
De verde verde ver pé de capim
Bico de pena pio de bem-te-vi
Amanhecendo sim perto de mim
Perto da claridade da manhã
A grama a lama tudo é minha irmã
A rama, o sapo, o salto
De uma rã"

A rã.

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Donzela!


Em suas vontades,
Vorazes,
Respeitam a ti!
Se curvam diante da consciência,
Reta, sensível que só,
Sabe muito bem,
Todo vintém,
Todo valor,
Tudo que faz,
É sagaz, é esperta a donzela!

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Solidão e Solitude - OSHO


Nascemos sós, vivemos sós e morremos sós. A solitude é nossa verdadeira natureza, mas não estamos cientes dela. Por não estarmos cientes, permanecemos estranhos a nós mesmos e, em vez de vermos nossa solitude como uma imensa beleza e bem-aventurança, silêncio e paz, um estar à vontade com a existência, a interpretamos erroneamente como solidão.
A solidão é uma solitude mal interpretada. E uma vez interpretando mal sua solitude como solidão, todo o contexto muda. A solitude tem uma beleza e uma imponência, uma positividade; a solidão é pobre, negativa, escura, melancólica.
A solidão é uma lacuna. Algo está faltando, algo é necessário para preenchê-la e nada jamais pode preenchê-la, porque, em primeiro lugar, ela é um mal entendido. À medida que você envelhece, a lacuna também fica maior. As pessoas têm tanto medo de ficarem consigo mesmas que fazem qualquer tipo de estupidez. Vi pessoas jogando baralho sozinhas, sem parceiros. Foram inventados jogos em que a mesma pessoa joga cartas dos dois lados.
Aqueles que conheceram a solitude dizem algo completamente diferente. Eles dizem que não existe nada mais belo, mais sereno, mais agradável do que estar só.
A pessoa comum insiste em tentar se esquecer de sua solidão, e o meditador começa a ficar mais e mais familiarizado com sua solitude. Ele deixou o mundo, foi para as cavernas, para as montanhas, para a floresta, apenas para ficar só. Ele deseja saber quem ele é. Na multidão é difícil; existem tantas perturbações... E aqueles que conheceram suas solitudes conheceram a maior das bem-aventuranças possíveis aos seres humanos, porque seu verdadeiro ser é bem-aventurado.
Após entrar em sintonia com sua solitude, você pode se relacionar. Então, seu relacionamento trará grandes alegrias a você, porque ele não acontecerá a partir do medo. Ao encontrar sua solitude, você pode criar, pode se envolver em tantas coisas quanto quiser, porque esse envolvimento não será mais fugir de si mesmo. Agora, ele será a sua expressão, será a manifestação de tudo o que é seu potencial.
Porém, o básico é conhecer inteiramente sua solitude.
Assim, lembro a você, não confunda solitude com solidão. A solidão certamente é doentia; a solitude é perfeita saúde. Seu primeiro e mais fundamental passo em direção a encontrar o significado e o sentido da vida é entrar em sua solitude. Ela é seu templo, é onde vive seu Deus, e você não pode encontrar esse templo em nenhum outro lugar.

quarta-feira, 9 de novembro de 2011


"Tem vez que as coisas pesam mais do que a gente acha que pode aguentar.
Nessa hora fique firme, pois tudo isso logo vai passar.
Você vai rir, sem perceber, felicidade é só questão de ser.
Quando chover, deixar molhar pra receber o sol quando voltar.
Melhor viver, meu bem, pois há um lugar em que o sol brilha pra você.
Chorar, sorrir também e depois dançar, na chuva quando a chuva vem." 
(Felicidade - Marcelo Jeneci)

Qualquer semelhança é mera coincidência


"USP: autonomia seletiva

Tem-se dito pelos que defendem o convênio entre a USP e a PM que não se pode tratar a Cidade Universitária como algo que está fora da cidade de São Paulo. A própria reitoria tem feito discursos nesse sentido. E é verdade: a USP faz parte do território paulistano, paulista e brasileiro, mesmo sendo uma autarquia. Ter autonomia, afinal, não é o mesmo que ter soberania.

Agora, se a Cidade Universitária está sujeita a todas as leis municipais, estaduais e nacionais e deve ser tratada como qualquer outra parte do território, por que ela se fecha – material e intelectualmente – ao resto da sociedade? Por que a mesma reitoria que agora afirma a não-soberania da USP teve o poder, há alguns anos, de vetar a construção de uma estação de metrô dentro do campus? Por que em uma universidade pública, financiada pela sociedade, esta mesma não pode usufruir de seus espaços livremente sem uma carteirinha?

A USP virou uma terra de autonomia seletiva. Na hora em que convém a determinados interesses, há sim bastante autonomia para afastar a “gente diferenciada” que viria de metrô para dentro dos muros da universidade. Mas na hora em que não interessa, a autonomia some e o “campus é parte da cidade”. O discurso da segurança serve ora para defender o segregacionismo, ora para defender a integração. Aparentemente estamos condenados a sermos eternos reféns das “razões de segurança”.

Seria realmente desejável que os que defendem a integração da Cidade Universitária nesse caso, fizessem-no em tudo mais. Isso porque a Cidade Universitária não deixará de ser uma “ilha” por causa de um convênio com a PM. Deixará de sê-lo no dia em que não for hostil aos que “não possuem carteirinha”. Deixará de sê-lo quando a comunidade São Remo, ao lado da USP, deixar de ser vista como antro de criminalidade ou fonte de mão de obra para os serviços terceirizados da universidade; e passar a ser vista como uma comunidade que detém o direito sobre aquele espaço assim como qualquer outro cidadão, afinal não é a Cidade Universitária um espaço como qualquer outro dentro da cidade de São Paulo?

Acima de tudo, a USP deixará de ser uma “ilha” quando realmente for uma universidade pública, na qual toda a sociedade possa usufruir do seu espaço e o conhecimento lá produzido não atenda apenas às demandas do capital privado – o que é legítimo, mas de modo algum suficiente. O papel da universidade deve superar o Ensino e a Pesquisa. É necessário que haja Extensão, isto é, que se trave um diálogo horizontal entre o conhecimento universitário e o restante da sociedade, em um processo que traga a sociedade para dentro da universidade, e vice-versa, tanto física quanto intelectualmente.

Mais do que uma questão de espaço e jurisdição, está em debate, portanto, o caráter público da USP. É preciso desvincular as discussões recentes de casos pontuais e associá-las a algo muito maior. No limite, a principal discussão não deve ser o convênio entre USP e PM em si, mas a maneira como este se deu e como são tomadas todas as decisões relevantes da política universitária, dentre as quais este convênio é só mais uma.

Ao contrário do que afirma a reitoria, esse convênio não foi decidido por uma “ampla maioria”, simplesmente porque nenhuma decisão importante na USP é tomada de maneira democrática. Novamente reina a autonomia seletiva: a universidade não está acima da lei quando se trata de polícia, mas segue desrespeitanto determinações de leis federais, como a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, no que tange aos seus processos deliberativos. Não à toa, a Promotoria de Justiça do Patrimônio Público e Social da Capital instaurou, nesse ano, um processo para apurar irregularidades na eleição da reitoria e na disposição dos assentos dos docentes em órgãos colegiados constituintes do colégio eleitoral.

Se o convênio USP-PM encontra suas justificativas no factual problema da segurança, a maneira como ele foi firmado já o invalida por completo. É a mesma maneira pela qual se permite que processos administrativos sejam usados como forma de repressão e controle político. Advêm da mesma estrutura as iniciativas que ilham o Ensino e a Pesquisa desenvolvidos dentro da USP, na qual os cursos pagos e os convênios com grandes empresas são as únicas formas de diálogo com a sociedade.

Recentemente, a Congregação da Faculdade de Direito da USP declarou o reitor João Grandino Rodas “persona non grata”. Reconhecer os problemas da gestão Rodas é, sem dúvida, um passo importante. É fundamental, todavia, entendermos que o reitor que está sob investigação do Ministério Público encontrou na estrutura da própria universidade as possibilidades para assim atuar. Mais do que uma “persona non grata”, há na USP toda uma “estrutura non grata”. E no caso da Cidade Universitária, além da estrutura decisória, também a estrutura física precisa ser rearquitetada.

Quando o diálogo não for mais uma promessa vazia e a democracia uma propaganda enganosa, aí sim a USP poderá deixar seus dias de ilha e autonomia seletiva para trás. A USP não deve mais ser um enorme terreno desértico, hostil e sem iluminação; assim como deve se afirmar enquanto universidade pública à serviço da comunidade. A universidade deve ser permeável à sociedade em sua totalidade, não só no que diz respeito à polícia – cuja atuação e estrutura devem ser questionadas dentro e fora do campus. Só assim, a Cidade Universitária será um lugar muito mais seguro e, principalmente, muito mais útil à cidade que a abriga e aos cidadãos que a sustentam."

Leonardo Borges Calderoni e Pedro Ferraracio Charbel são estudantes de Relações Internacionais da USP em: http://educarparaomundo.wordpress.com/2011/11/07/usp-autonomia-seletiva-de-leonardo-calderoni-e-pedro-charbel/

sábado, 5 de novembro de 2011

As mulheres que me habitam


Mora em mim uma mulher vadia

De pé, vazia

Sozinha na estrada, na esquina

Com frio e quase desnuda

Corpo tão maltratado que quase não sente a dor de ser


Mora em mim uma mulher violentada

Corrompida

Invadida em seu templo, sua casa, sua morada

Ferida na pele e na alma

Por séculos de submissão


Mora em mim uma mulher sertaneja

Carne feita de sol

Pés como raízes, firmes na terra

Ela é filha do fogo que habita o centro do planeta

e de mim mesma


Mora em mim uma mulher que colore

os quadros, os muros, o ar, as fronteiras.

Inquieta, vívida, cabelo de flor.

Sua arte é santa e puta.

Sua vida é de mel e sangue.


Mora em mim a dona dos raios e trovões

Dos ventos que derrubam sonhos

E fazem dançar as árvores mais ancestrais

Porque é ela quem anuncia a guerra

Daqueles que lutam na escuridão da madrugada


Mora em mim a rainha de toda fertilidade

De toda vaidade

E da calma das nascentes dos rios

Se pavão, esbanja beleza.

Se urubu, voa rumo ao infinito.


Moram em mim todas as mulheres do mundo:

E todas elas são mais fortes do que eu.

terça-feira, 1 de novembro de 2011

Síntese da Felicidade


"Desejo a você
Fruto do mato
Cheiro de jardim
Namoro no portão
Domingo sem chuva
Segunda sem mau humor
Sábado com seu amor
Filme do Carlitos
Chope com amigos
Crônica de Rubem Braga
Viver sem inimigos
Filme antigo na TV
Ter uma pessoa especial
E que ela goste de você
Música de Tom com letra de Chico
Frango caipira em pensão do interior
Ouvir uma palavra amável
Ter uma surpresa agradável
Ver a Banda passar
Noite de lua Cheia
Rever uma velha amizade
Ter fé em Deus
Não ter que ouvir a palavra não
Nem nunca, nem jamais e adeus.
Rir como criança
Ouvir canto de passarinho
Sarar de resfriado
Escrever um poema de Amor
Que nunca será rasgado
Formar um par ideal
Tomar banho de cachoeira
Aprender uma nova canção
Esperar alguém na estação
Queijo com goiabada
Pôr-do-sol na roça
Uma festa
Um violão
Uma seresta
Recordar um amor antigo
Ter um ombro sempre amigo
Bater palmas de alegria
Uma tarde amena
Calçar um velho chinelo
Sentar numa velha poltrona
Tocar violão para alguém
Ouvir a chuva no telhado
Vinho branco
Bolero de Ravel
E muito carinho meu."

(109 anos de nascimento de Carlos Drummond de Andrade)