quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

Cem sonetos de amor


Não te quero senão porque te quero
e de querer-te a não querer-te chego
e de esperar-te quando não te espero
passa meu coração do frio ao fogo.

Te quero só porque a ti te quero
te odeio sem fim, e odiando-te rogo,
e a medida de meu amor viageiro
é não ver-te e amar-te como um cego.

Talvez consumirá a luz de janeiro
seu raio cruel, meu coração inteiro,
roubando-me a chave do sossego.

Nesta história só eu morro
e morrerei de amor porque te quero,
porque te quero, amor e sangue e fogo.

Pablo Neruda

3 comentários:

  1. Neruda é tudo ou nada... Neruda capturou a essência dos elementos naturais e da natureza das paixões carnais como ninguém...

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  2. Neruda é o cara... minha namorada adora ele... e sempre me mostra alguns poemas dele.

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