sábado, 25 de dezembro de 2010

Eu vôo



Num balaio só,

A anciedade de partir,

O amordaçado sorrir,

O céu não é o limite,

O mar mostra o caminho,

Não estarei sozinho,

Com boas andorinhas,

Amigas vizinhas de pensamento,

Tudo no intento de romper,

De tecer a nossa história,

Avançar na posteridade,

Uma coisa que causa anciedade:

É voar sem bater asas.


O objetivo é gastar,

Jogar energia boa pro ar,

Gastar com segurança,

Sem barreiras nos melindres,

Viajando na distância,

Não sei o que nos espera,

Espero que boa era,

Espero que boa gente,

Saudades de quem fica - x, de quem sente...

Saudades de mim,

Munidos até a alma,

Pão, água, batata e raiz,

Transformar num mero triz,

A vontade de fazer e o sonho de realizar,

Uma linda viagem...lá...lá, lá...lá, lá...


Sorte para nós!!!


sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

Cicloturismo pelo Sul da Bahia - 2

Olá pessoal! Tudo bem?!

Dia 25, eu, Matheus Cotrim e João Lins começaremos nossa viagem de bicicleta pelo Sul da nossa amada Bahia.

Até como forma de registro pra posteridade, postaremos algumas fotos com relatos da viagem (isso depois da viagem, é claro). Esperamos que tudo saia da melhor forma possível e que esta seja apenas a nossa primeira viagem sobre as magrelas.

Se alguém estiver a fim de dar um passeio de bike pela Chapada no meio de 2011... :D

Bom, Feliz Natal e 2011 para todo mundo. Muita felicidade, alegria, saúde e coisas belas para todos nós.

quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

O que nos resta é amar!




De tudo que passamos na vida,

Só o amor fica!

Só amor é eterno,

Só ele acumula e soma.


Se tem alguma resposta para as perguntas da vida,

Uma delas é dar amor,

Proliferar o amor,

Prolifere o amar.


É o que nos resta neste Natal.

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Conforto


Desde os primórdios da existência humana, em épocas remotas quando o homo sapiens ainda era um animal conduzido por suas inquietações mais rústicas, um extinto dominante conduzia os estímulos que regiam as relações inter seres: o conforto.

Atualmente, esse cenário se repete e o homem civilizado ainda deixa seus estímulos serem levados pela nobre sensação de conforto, só que agora, com o acréscimo de uma enormidade de conceitos e futilidades culturais peculiares à complexidade do homem moderno, adquiridas no trajeto em direção ao mundo civilizado.

Não podemos, contudo, negar que independentemente das babozeiras do homem civilizado, o fator conforto ainda desempenha papel predominante sobre o vai vem das nossas vontades.

O poder que o conforto exerce sobre as relações, é facilmente verificada, por exemplo, na relação entre a mãe e o seu rebento. Seu início se dá no âmago da vida intra-uterina, lá, podemos facilmente viver sem gastar uma energiazinha sequer, logo em seguida, após o descobrimento, nos deparamos desde cedo com as mordomias da maternidade e pouco a pouco as demonstrações de carinhos vão nos cativando.

Isso se repete praticamente em todas as relações afetuosas. Nas relações profissioais, de afinidade, de amizade, de amor, etc., em verdade, sempre buscamos nos aproximar de alguém, justamente porque, de alguma maneira essa pessoa nos transmite uma sensação de conforto ou estabilidade.

Assim, para cada tipo de relação afetuosa que nos desperta uma sensação de conforto, provocamos e requisitamos, numa relação mutualística, gestos de conforto diferenciados. De um pai se busca um abraço; de um namorado se busca um beijo; de um colega se busca estabilidade (não necessariamente nessa mesma ordem) porém, nossa noção de conforto se aguça indistintamente a depender do tipo de relação que cultuamos dentro da nossa realidade social.

A importância de tudo isso, é compreender precisamente a função e o poder que o conforto exerce sobre as nossas vontades, atos e gestos do dia-a-dia, para que assim possamos compreender o que nos leva a ser tão interesseiros.

Me perdendo pra não te perder


E o que será que eu quero? 10 meses depois, o que nos aguarda? Talvez seja, exatamente, o nada que nos aguarda. E a loucura estaria, justamente, em se tratar de um nada. Ou seria essa loucura, na verdade, a simplicidade? Por se tratar de um nada, pra quê avaliar tanto, querer entender os detalhes, as vírgulas, os pormenores. Pra quê?

E a você, o que dizer? Eu quis te perguntar, eu quis que você falasse qualquer coisa, qualquer coisa que me desse o mínimo pra entender. Mas isso te afastava e aí eu tinha que morrer em mim. Controlar meu descontrole. Mas veja, parece que, no fim, isso também me afastou, eu precisava saber...

E ontem, depois de 10 meses, eu queria te ver, sorrir pra você. Sorrir minha alma pra você! Me entregar, me jogar. Mas eu não consegui. Senti até uma vontade estranha de fugir, mas, mais uma vez, controlei o meu descontrole.

Um descontrole diferente dessa vez. Já não havia vozes efusivas, ansiosas por serem caladas por você. Estranhamente, até para minha surpresa, elas assistiram a tudo (ou nada) espiando o que acontecia sem muita vontade. Sem fazer menção, a qualquer tempo, de falar o que quer que fosse.

Não sei como vai ser. Se vou te querer ou se vou te afastar.

Dormir abraçados no final foi legal. Mas até que ponto? Foi bom estar com você ou foi bom estar com as coisas que só você faz? Eu não tenho a resposta agora. Ou, ao menos, não acredito muito na resposta que tenho.

Será que a gente pode voltar tudo bem pro comecinho? Aí viveríamos aquele momento mágico, apaixonado e, ainda, inocente. Mas não, nada pode ser como antes. Como poderia? A pureza foi manchada, agora é ferida...

Eu queria achar covarde te culpar, ser politicamente correta. Acontece que eu não acho covarde. Pra mim, a culpa é sua! A culpa da gente tá assim é toda sua. E aí não adiantam tantas declarações ditas baixinhas na madrugada. O medo de assumir pro mundo fez o vento levar seus sussurros, fazendo minhas súplicas se perderem no vazio.

Mas eu acho que no fim eu não quero me perder de você. Eu quero é me perder em você. Mas antes, eu quero lavar minha alma, deitadinha encaixada nos seus ombros. Quero deixar esse choro, essas lágrimas presas há quase um ano, banharem, silenciosamente o seu ser.

E aí, talvez você entenda. Talvez, me libertando desse embrulho que tá aqui eu possa, finalmente, me entregar mais uma vez.

Mas você poderia acabar fugindo e eu não quero. Mesmo sem te querer, não quero te perder.

As lágrimas permanecerão aqui, então. O medo de te perder será o mesmo que continuará te matando aos poucos em mim.......

domingo, 12 de dezembro de 2010

Feliz..feliz felicidade


A vida só passa a valer a pena
Quando agente descobre a felicidade dentro
Da caixa de segredos do nosso peito
A vida só passa a ter cadencia
Quando agente percebe o templo
O templo de cada um
Nossa felicidade solidificada e interna
Daí então a expressão da vida
É um templo posto rodeado de floreios
Que dá acesso a qualquer outro
Maravilhado com a força do sorriso nosso
Assim sendo,
Felicidade é mais interna do que externa
É mais de mim do que do mundo todo
É mais do pedaços guardados e reciclados
Dos cacos reconstruídos do coração
Assim,sorria pra si
Antes de espalhar pro mundo
Assim, guarde um pedaço de carmim e desenhe o futuro do mundo!

sábado, 27 de novembro de 2010



Sou louco, porque vivo num mundo que não merece a minha lucidez.

The King - Bob Marley

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Sol jorrante


Quando o sol bater na crista da água,

E tudo não puder mais voltar atrás,

Você saberá que a fonte da sabedoria da vida,

Está escondida no fundo da existência de ser do ser.

Quando o sol jorrar na beira do mar,

Se concentre na trama de abrir os olhos,

Apalpe o processo da vida, e viva!

Com uma vontade louca de ver quem se ama.

Quando o sol bater na porta da tua casa, abra!

Pois tudo isso, não voltará,

Restará apenas uma vontade boa de viver de novo,

O que não deve ser atendido, apenas vivido,

E se um dia, por acaso, se deparar com a possibilidade da trilha retroceder,

Não aproveite!

Pois tudo passa à sua volta enquanto pensas,

Só que dessa vez, nem vontade boa quedou,

Apenas a vontade de prestar atenção,

Naquilo que agora não é mais aquilo,

Que se transformou, cresceu, evaporou e você nem viu,

Viu, perdeu!

sexta-feira, 19 de novembro de 2010


Precisamos de um novo, e talvez mais místico,
conceito do que sejam os animais. Removido da
natureza e vivendo artificialmente, o homem
civilizado observa os seres ao seu redor com as lentes
de seu conhecimento adquirido e enxerga, como
conseqüência, uma imagem absolutamente distorcida
da realidade. Geralmente os tratamos como inferiores
em razão de sua suposta incompletude e os
menosprezamos pelos seus destinos trágicos de terem
tomado uma forma tão diferente da nossa. E assim
erramos, e erramos profundamente. Os animais não
devem ser medidos em função do homem. Em outros
tempos, num mundo mais antigo e rico que o nosso,
eles já se locomoviam livremente realizados com
plenitude. Dotados de sentidos mais extensos, que
perdemos ou que jamais possuiremos, guiados por
vozes que nunca escutaremos. Não são irmãos, não
são lacaios, fazem parte de outras nações, presos
conosco na rede da vida e do tempo, companheiros
de cela do esplendor e das agruras da Terra.
(Henry Beston)

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Da Ânsia de Ter Tudo

Que agora eu me conforme em ter cada pequeno pedaço

E desta aceitação venha talvez, quem sabe, a sabedoria de admirar-los

De sentir seu universo, sua completude, sua infinidade

E que a cada momento seja somente um momento

Sem esperar nada em troca, nada melhor, nada mais fantástico

Porque cada nota precisa ser tocada, não por ser essencial à música, mas por ser a única coisa possível no presente instante.

Sem mais.

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Bicicletada no dia 29 de outubro

O quê: A Bicicletada é um movimento sem líderes inspirada na Massa Crítica, ou Critical Mass, uma "coincidência organizada" que começou a tomar as ruas de São Franscisco nos EUA no início dos anos 90. Maiores detalhes teóricos em: http://pt.wikipedia.org/wiki/Bicicletada

Quando: Dia 29 de outubro, concentração às 18h30, saída ás 19h.

Onde: Partindo do Parque da Cidade

OBS: A Bicicletada acontece sempre na última sexta-feira do mês e é aberta a todos que pedalam e simpatizam com o movimento.

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

A água passa!


A água passa!

A vida passa, o tempo passa, a idade chega, o bicho pega, você se estressa e a água do rio ainda passa! Passa e sempre passará, enquanto sua cabeça fervilha na sorte do processo da vida.

Uma vez uma hiponga me falou:

- Héi, boa sorte nesse processo da vida!


Aquilo me tocou e de imediato senti a segurança de quem sabia realmente que não precisaria tomar tantas decisões quanto eu, ou quanto vocês.

Com a sapiência de uma pedra que se queda imóvel durante a vida, suavemente ela penetrou nos meus ouvidos e me convenceu.

A água passa, e nada que estiver ao nosso alcance, poderá fazê-la parar de passar.

Sábia ela, que sabe aproveitar cada deleite de água que desliza e passa, pois, enquanto você está aí, a água ainda passa!

domingo, 10 de outubro de 2010

A mentira opressora


Racismo e especismo

Os argumentos racistas, na maioria dos casos, não passam de maus pretextos; mas isso não nos dispensa de examiná-los. Não basta denunciar os racistas malvados; não sendo possível suprimi-los, é preciso convencer. Além disso, no caso do especismo o papel de malvado é de quase todos os humanos, que usam os mesmos argumentos que os racistas para justificar a supremacia que atribuem a si mesmos. O racismo e o especismo são ideologias estreitamente interligadas e a sua semelhança seria evidente para todos se não fosse porque exatamente os anti-racistas são, na maior parte, especistas e, portanto, têm grande interesse em não percebê-lo. A vontade que têm de combater o racismo sem pôr em perigo o especismo leva-os a querer defender a todo custo posições indefensáveis que apresentam, contudo, como essenciais para o anti-racismo. Como para eles a idéia da igualdade dos animais é impensável, é contra os outros animais que querem basear a igualdade humana.


Os franceses primeiro!

Os humanos primeiro!

Deus deu a superioridade aos brancos -

Deus deu a superioridade aos humanos.

Alimentamos e protegemos os negros.

Alimentamos e protegemos os animais.

Os negros são menos sensíveis do que nós.

Os animais não sabem que sofrem.

Os negros dão pouco valor à vida.

Os animais não sabem que vamos matá-los.

Os negros são crianças grandes.

Os animais só agem por instinto.

Os indígenas guerreiam entre si.

Os animais comem-se entre si.

Os negros parecem todos uns com os outros.

Os animais não têm personalidade.

Racista, eu? Eu tenho um amigo negro.

Eu amo os animais, não como carne de cavalo.

Bater na mulher é uma opção pessoal.

Comer carne é uma opção pessoal.

domingo, 26 de setembro de 2010

De olhos fechados


De fundo,

O som do silêncio,

E a profunda sensação de vácuo,

Ecoa no corpo vazio.


O que resta da sina,

É a fadiga destra,

Sobre o afago da chama desta,

Que ensina vagarosamente o valor do amor.


Como um violino descansa ao canto,

Ouve o rompido rouco que cala o canto,

Pelo rançoso da mansa crina e meiga,

Num pranto tanto só.


Na ânsia de saborear o dom das coisas,

Chora e adora sentir a dor,

Em busca da vida e do seu prazer,

Chora e derrama sangue pra viver.

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Amor de mater



Amor de mater,

Inspiração divina,

Prospecção da vida,

Confluência do ser,

Angustia querida de querer,

Sem comparações no mundo real,

Sentimento vertical,

Onde não se explica a pureza do amor,

Nem se quer explica a coragem que for,

Simplesmente amor de mater,

Sem igual, as vezes nem tão ideal,

Reflexo do padrão,

A ti devo gratidão,

Da educação, da criação, da evolução,

Por ti abdico do meu não,

Pelo sentimento umbiliacal,

Com defeitos e com efeitos,

Incondicional, inconsequente,

De repente, amor de mater.



sábado, 11 de setembro de 2010

Cicloturismo pelo Sul da Bahia

Lema: Sem Lenço sem Documento, sempre a favor do vento e indo até aonde o coração permitir.

Saída de Salvador: 26 de dezembro de 2010.

Integrantes: Eu, Cotrim, João Lins, Xis, Sandro, Testa e quem mais desejar.

terça-feira, 31 de agosto de 2010

E então, estou viva!


Caros amigos,

Eu preciso lhes contar

Ando sofrendo de uma doença deveras grave

E esta afeta em cheio o meu coração...


Há nela momentos de profundo torpor

E lágrimas doces que me escorrem a face

Há nela também momentos de profunda ansiedade

Assim então ataca-me as tripas

Suspende-me o ar!


Neste leito em que me encontro

Sinto a brisa leve preparada para os que anseiam repousar.


Sinto dizer,

Mas sofro de vida

Ela é tão intensa,

Ela anda me queimando o peito

Quando dou por mim já incendiei


Ela, esta ingrata enfermidade

Anda se espalhando e são estrondosos os reflexos que ela imprime em mim

É uma vida sólida e pueril

Espantosamente viril,

Ela acorda-me juto com o sol, parece que durmo com galos


Nos momentos que me gelam a face,

(São os que eu mais temo)

há uma necessidade do pleno que me faz sagaz

E então respiro quando não encontro saída


Minha doença não nasceu sozinha

Ela nasceu de hábitos, hábitos consolidados

Vícios construtores de valores

Grandes rituais de pequenos momentos


Ora, tanta gentileza!

Havia de ter um efeito colateral.

Escrevo no leito em que me encontro, afinal

Quem sabe na morte o que se encontrará...

Sendo assim, remeto-lhes meus mais sinceros préstimos,

Saudações educadíssimas,

Imprimo nestas paginas o vírus que me infectou!

O louco e a gravata


- O que é realidade?
- É o que a maioria achou que devia ser. Não necessariamente o melhor, nem o mais lógico, mas o que se adaptou ao desejo coletivo. Você está vendo o que tenho no pescoço?
- Uma gravata.
- Muito bem. Sua resposta é lógica, coerente com uma pessoa absolutamente normal: uma gravata!
Um louco, porém, diria que tenho no pescoço um pano colorido, ridículo, inútil, amarrado de uma maneira complicada, que termina dificultando os movimentos da cabeça e exigindo um esforço maior para que o ar possa entrar nos pulmões. Se eu me distrair quando estiver perto de um ventilador, posso morrer estrangulado por este pano.

Se um louco me perguntar para que serve uma gravata, eu terei que responder: para absolutamente nada. Nem mesmo para enfeitar, porque hoje em dia ela tornou-se o símbolo de escravidão, poder, distanciamento. A única utilidade da gravata consiste em chegar em casa e retirá-la, dando a sensação de que estamos livres de alguma coisa que nem sabemos o que é.

Paulo Coelho - num surto de consciência (Verônica decide morrer)

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Do que o Brasil precisa?


Ler Guimarães Rosa (e outras dez sugestões para fazer deste um país melhor para nós e os nossos filhos) - Por Jorge Furtado

Diminuir a desigualdade social. Ainda somos um dos países de pior distribuição de renda no planeta, em poucos lugares há tanta diferença entre ricos e pobres. A miséria num país tão rico, os sem-teto e os sem-terra, são uma vergonha, um atestado de incompetência da sociedade brasileira e de seus muitos governos. Se não por questões humanitárias, que já deveriam ser suficientes, a sociedade brasileira poderia apoiar políticas de distribuição de renda e erradicação da miséria pensando ao menos no bem-estar de seus filhos, já que os índices de violência estão diretamente relacionados com os indicadores sociais.

Aumentar o salário dos professores. O Brasil precisa melhorar muito a qualidade do ensino, especialmente do ensino público. Acredito que a maneira mais rápida e eficiente de fazer isso é aumentar muito o salário dos professores. Internet nas escolas, boas bibliotecas e bons prédios são importantes, mas o que mais determina a boa qualidade do ensino são os bons professores, que só existirão se profissionais competentes e preparados pensarem que pode ser uma boa ideia ensinar.

Reduzir os índices de violência. Vivemos num país onde os assassinatos passam de 40 mil por ano, número que supera qualquer guerra em curso no planeta. Para quem já tem emprego, o que comer e onde morar, o pior do Brasil é a violência, o medo de sair na rua, a insônia pensando se os filhos vão chegar bem em casa. Os assassinados e os assassinos são, em sua imensa maioria, pobres e jovens, quase adultos abandonados por suas famílias e pelo Estado, sem educação, profissão ou esperança de um futuro melhor do que imaginam que lhes possa proporcionar uma arma. Como cantou Sérgio Sampaio, “um marginal que já não pode mais fugir, vai reagir, menino é bom ficar de olho aí!”

Fazer política, acreditar na política. Cresce, especialmente entre os jovens, a ideia inteiramente falsa de que todos os políticos são picaretas, que política não serve para nada e que todos são iguais. Não são. É no debate político civilizado que surgem as ideias que viram ações. Os políticos são, em sua imensa maioria, cidadãos honestos que trabalham muito e se dedicam, às vezes recebendo baixos salários, a uma tarefa fundamental na democracia. A ideia, falsa e amplamente disseminada, de que a política é um emaranhado de malfeitorias é um desastre, atraindo para a vida pública um número crescente de aproveitadores e afugentando pessoas decentes que gostariam de trabalhar pelo bem comum.

De uma oposição melhor. Que apresente alguma ideia, boa ou ruim que seja. Ideias ruins também podem apontar caminhos, ao negá-las afirmamos algo. O problema é a total falta de ideias, substituídas por um moralismo oportunista que joga para a plateia e segue pesquisas de opinião o tempo todo, a ponto de o candidato de oposição declarar, sem qualquer ironia, que o presidente – que há pouco era demonizado, chamado de corrupto, ladrão e assassino – “está acima do bem e do mal”. A impressão é que os partidos de oposição terceirizaram suas ideias, esperam para ler nos jornais o que devem dizer aos jornais. Sem uma oposição consistente, que proponha opções ou apresente ao menos uma ideia, qualquer governo se acomoda, se apequena.

Respeitar a diversidade religiosa, mas coibir a exploração da fé. É indecente que mistificadores enriqueçam à custa da fé e da miséria alheia. A intimidação de fiéis para que façam doações, frequentemente denunciada com vídeos assustadores, deveria ser um simples caso de polícia. O fato de as igrejas não pagarem impostos é um convite à maracutaia. A propriedade disfarçada de empresas de comunicação – a Constituição Brasileira proíbe que igrejas sejam proprietárias de emissoras comerciais – é uma das muitas hipocrisias nacionais, como a conivência com o jogo ilegal e o tráfico de drogas: todos sabem como e onde se dão, pouco ou nada se faz para evitá-los.

Mais cultura. Para começar, melhorando a qualidade da educação (ver “salário dos professores”) e aumentando muito o investimento na produção e difusão cultural e também na preservação do patrimônio histórico. A indústria cultural, além de “limpa”, não poluente e autossustentável, emprega profissionais de todas as áreas, com qualificação e salários, em média, mais altos que de atividades tradicionais, como a agricultura e a indústria. A cultura está diretamente relacionada com outros setores produtivos, comunicação, turismo e serviços. A riqueza cultural brasileira é imensa e o seu público consumidor, especialmente o público interno, tem grande potencial de crescimento. Uma sociedade mais escolarizada, mais bem informada e com poder aquisitivo crescente, vai consumir mais livros, mais filmes, discos, peças, vai frequentar mais museus e fazer mais turismo. A longo prazo, a indústria cultural tem mais futuro, por exemplo, que a atividade de fazer buracos e mandar minério, de navio, para a China.

Internet banda larga boa e barata para todos. A comunicação rápida e o acesso à informação são fundamentais para o desenvolvimento e para o aperfeiçoamento da democracia. O serviço de internet no Brasil é dos mais caros do mundo e alcança apenas parte do País. O serviço de internet nas grandes cidades deveria ser – e será, resta ver quando – gratuito, como a televisão aberta e o rádio.

Cuidar melhor do seu patrimônio natural. Energia e mineração são fundamentais, mas as usinas, de qualquer tipo, sempre causam algum impacto ao meio ambiente e o petróleo e outros minérios são recursos não renováveis. O Brasil precisa aprofundar, democratizar, o debate racional e consequente sobre crescimento sustentável. Não se trata (só) de preservar o mico-leão ou o boto-cor-de-rosa, trata-se de saber que espécie de futuro queremos para os nossos filhos e netos.

Mais funcionários públicos qualificados e bem remunerados. Uma lenda amplamente difundida é a de que há funcionários públicos demais. Alguém acha que há médicos demais nos postos de saúde? Há policiais demais nas ruas? Há professores demais nas escolas? Talvez haja muitos fiscais nas reservas ecológicas?


O Brasil precisa acreditar na ideia de que, com o aperfeiçoamento de sua jovem democracia, saberá descobrir, por si mesmo, do que precisa. O Brasil precisa aprender a não dar tanta atenção a criaturas que se julgam iluminadas a ponto de saber do que o Brasil precisa. O brasileiro informar-se tão bem a ponto de ficar em dúvida e decidir pensando por sua própria cabeça. O Brasil precisa acreditar que a maioria saberá escolher o que é melhor para o País e que, se achar que as coisas estão indo mal, pode fazer outra escolha em alguns anos. Chama-se democracia. Ninguém teve uma ideia melhor.

O Brasil precisa ler bons livros. É assustador o domínio da autoajuda, emocional e financeira, nas prateleiras das livrarias. Nossos excelentes romancistas, poetas, pesquisadores, jornalistas, estão soterrados por livros de espertos que prometem ensinar o leitor pobre de espírito a ser feliz em cinco dias e se tornar milionário em um ano. Espero que essa espécie de livro migre rapidamente para as versões digitais, evitando a continuada transformação de árvores em bobagens.

O Brasil precisa ler Guimarães Rosa: “Olhe: o que deveria de haver, era de se reunirem-se os sábios, políticos, constituições gradas, fecharem no definitivo a noção – proclamar por uma vez, artes assembleias, que não tem diabo nenhum, não existe, não pode. Valor de lei! Só assim davam tranquilidade à boa gente. Por que o governo não cuida? Ah, eu sei que não é possível. Não me assente o senhor por beócio. Uma coisa é pôr ideias arranjadas, outra é lidar com país de pessoas, de carne e sangue, de mil e tantas misérias... Tanta gente – dá susto se saber – e nenhum se sossega: todos nascendo, crescendo, se casando, querendo colocação de emprego, comida, saúde, riqueza, ser importante, querendo chuva e negócios bons...” (Grande Sertão: Veredas)


Perguntei para minha filha e para minha sobrinha, as duas com 9 anos, do que o Brasil precisa. Antes “do mi de um minuto”, elas responderam: “Casas para os moradores de rua e preservar a natureza”. As crianças sabem de tudo.

*
Texto publicado na edição especial número 600 da revista Carta Capital em 26 de junho de 2010.

terça-feira, 24 de agosto de 2010

A PRAIA É NOSSA !!!

Gatinhas e gatinhos da brancolândia soteropolitana, agora vão ter que desfilar seu suado esforço na academia em outro lugar, pois a praia agora é de todos que quiserem estar nela. Bye- Bye Loro, Marguerita e todas outras que faziam de nossa praia um lugar onde quem não era consumidor não existia !!! Estou sem tempo de fazer um texto, por isso espero fazermos um coletivo com os comentários.. Abraços

domingo, 22 de agosto de 2010

A profecia


A profecia se concretizou,
A semente da paz está lançada,
E várias começam a brotar,
É a energia positiva, boa,
Se propagando,
É o cosmos se expandindo,
Abrindo mentes e percepções,
Reunindo com diplomacia,
Desconhecidos e anfitriões.

Eu vejo um novo começo de era,
De novas e boas constelações,
Eu vejo o brilho da estrela luzir,
E ruir a pedra de nossos corações,
A semente da luz está plantada,
Germina uma nova constelação,
Floresce uma linda união,
De entidades iluminadas, denominada,
Cosmos e Damião.

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

E então...eu vim!


É em uma conversa que se acende a alma

E se observa que as galáxias do outro

Não se desenham nas mesmas cores que as nossas

Que os sonhos dos outros nem mesmo são nossos

E que o respeito do outro

Desrespeita os nossos conceitos


E o outro,

O outro é tanto e é tão pouco

E o outro foi-se embora

Como um sopro

Isso

Um sopro

Mas um pedaço do corpo do outro

Ainda fica

Pra sempre preso no momento

De quantos momentos se fazem o mundo?


Acolho suas sugestões e me deleito no inacabado

E perpetuo o que eu não completarei

Doravante iremos, caros, caros amigos

Sair de fininho...

Sair com um fininho

Sair por um caminho fininho

Sair em rumo ao vazio...

Tudo isso me cansa

Tudo isso me consome

Só preciso por pra fora...

Seria o outro?

É em uma conversa que se acende a alma!