quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

Os Doutores e as Cores

No cinza daquela época, andavam-se esquecidos os pequenos detalhes luminosos das coisas vivas, mas quando a Grande Escuridão tomou conta de tudo, passou-se a enxergar-los novamente. Era um brilho multicolorido tão interessante aos novatos naquela nova percepção que foi um entusiasmo geral. Criaram estudo a respeito: a Multiluminosiologia.
Agora, quem entendesse qualquer coisa sobre o significado daquelas magníficas cores tornava-se doutor, e foram muitos os doutores que apareceram. Os fundamentos básicos foram catalogados, classificados e dissecados, mas como era de se esperar, as conclusões nunca andaram na mesma direção.
Doutores do azul diziam que o amarelo e o verde não eram tão significativos assim. Os doutores do vermelho, do rosa e do lilás criaram corrente, e os adeptos dos tons pastéis deixaram todos enfurecidos quando disseram que apenas a suavidade é que importava.
Naquela grande confusão dos doutores das luzes, um rapazinho corajoso acendeu a Luz e pôs fim a Grande Escuridão. Frustrados com toda aquela claridade, os doutores criaram religiões, seitas e ciências, deixando aos meninos, loucos e sonhadores o esquisito trabalho de contemplar os pequenos detalhes luminosos das coisas vivas.

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