Eus - InNatura
Desde que eu nasci estou num conflito
Aflito pra saber porque com tanta gente
Que eu podia ser eu nasci eu
Eu nasci eu
Perdido entre sentimentos bons
Pequenos delitos e contradições
Entre a luz e o breu
Eu molho o pão no café e levo fé
Que deus é preto, fuma cachimbo
Nasce menino e cresce mulher
Vira fumaça, não tem destino
Brinca de roda, roda nos ventos
Dança na chuva, pois é um índio
E cai no frevo, dança ballet
No que imagino
Em tudo que há ele é
Mas eu não sou um só, não sou só um
Eu também sou milhões de eus
Não sou deus, mas sou eus
Não sou deus, mas sou eus
Eu também sou milhões de eus
Pois sou eu quem acredita em mim
Sou eu quem me explico quando me complico
Eu mesmo atendo às minhas preces
Eu mesmo ouço meus próprios gritos
Oh brother, buscando minhas próprias conclusões
Oh brother, foi eus que quis assim
Oh brother, eus é deus dentro de mim
Graças à deus!
As duas últimas postagens minhas são juntas. Nasceram da mesma mãe.
ResponderExcluirO uso da cores é a minha percepção visual da música (minha leitura da música com as cores). Não ouvi a música na primeira (Besta é Tu), mas ouvi na segunda (Eus). As cores na segunda, tiveram mais ritmo. Fiquei na semântica da primeira (não estava ouvindo) e no som na segunda (com as cores). Fiquei na semântica da segunda quando usei o itálico e o negrito.
Não são cores pensadas. São as cores que dão vontade de colocar em cada parte da letra. Vou lendo e colocando as cores. Adoro fazer isso. Geralmente é muito fácil, mas às vezes dá preguiça (não se pode ter preguiça).
Coloquei besta é tu para falar do medo de não se ter fé em Deus. Fé é uma ilusão mental. Quando superamos este medo, um mundo novo nos vem. Veja que não é ser ateu (ateu crê no não-Deus). O problema é o crer. Quem acredita, acredita por conforto, ou por medo de não acreditar.
A sensação da música no corpo me enche o coração. Estou escutando agora Yann Tiersen (La Valse d’Amélie) em piano. Agora Cordel do Fogo Encantado. A Devastação da Calma (veio aleatoriamente pelo player do computador). A letra é essa:
As nuvens surgiam densas
Por todo lado da serra
Como montanhas suspensas
Com fímbrias da cor da terra
A terrível saraivada
Caia tão arrojada
Parecia um desespero
O zigue-zague em seu jogo
Fingiam cobras de fogo
Brigando no nevoeiro
Fortes colunas de vento
Vinham desequilibradas
Num grande deslocamento
Em ondas desencontradas
As árvores se retorciam
Línguas de fogo desciam
Com toda brutalidade
O globo todo aluía
Parecendo que fugia
Aos sopros da tempestade
No Cosmos uso a linguagem mais livre que consigo. Isso hoje. No início não era assim.
ResponderExcluirEu ficava nu, sempre fiquei nu aqui, mas mostrava minha nudez para poucos.
(...)
Fiquei uma época chateado porque não estava me comunicando mais com ninguém aqui. As pessoas não conseguiam entender os sentimentos que estavam me fazendo escrever. Achei que era uma falha dos outros. Depois achei que era uma falha minha. Hoje sei que não é falha, mas uma limitação da linguagem. Mas essa limitação pode ser superada. Precisamos ser sinceros: linguagem sincera. Escrevo o que me vem. Deixo todas as minhas máscaras e me mostro. É como se ficar nu na frente de qualquer pessoa que queira te ver. Sem medo de nenhum julgamento. Não existem julgamentos. Só existe o espaço que me separa das pessoas. Quero que todos saibam exatamente o que estou sentindo. Não consigo fazer isso o tempo todo, em todo lugar, mas existem lugares que me sinto a vontade pra fazer isso. O Cosmos é um destes lugares.
Obrigado.
chover, chover,
ResponderExcluirvalei-me ciço que posso fazer.
Não sei se pude sentir o que vc 'realmente estava sentindo' ao escrever o texto, mas tenha certeza que o que me fez sentir foi muito bom...
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