quarta-feira, 28 de setembro de 2011

O meu amor













Em luzes multicores

Caleidoscópio de esperança;

Naquele pano de mesa rendado

Branco como um La menor;

Em forró aconchegante no pé da serra

Enfeitado com fitas e bandeirolas.


Aí está o meu amor.


Fecho os olhos e o vejo.

Fico em silêncio e o sinto.

Pode ser um beijo leve, lento e suave;

de pele, paixão, cuidado e carinho.

Pode ser um cafuné de mãe-terra.


O meu amor é luz.


Tem cheiro de crianças correndo na grama.

Tem sabor de pitanga roubada do vizinho.

Tem cor de jambo maduro no verde do pé.

Nasce num pontinho azul-celeste dentro de mim

E se expande por todo o universo

Para ser o próprio céu.


As árvores sempre me fazem companhia

Porque o meu amor é o vento do entardecer acariciando os galhos e folhas da minha vida.


O meu amor pede que a maldade tenha paciência...

Fique quietinha, se esconda

Vá saindo pela porta dos fundos

Dia após dia

Beijo após beijo

Verso após verso


Porque para mim, como para Adélia Prado:

“A poesia, a mais ínfima, é serva da esperança”.

4 comentários: