tormenta da página em branco

quando eu abro aqui,

é pra ficar aqui,

mas aqui tem também uma página em branco.

quando eu tô aqui,

eu tento ficar aqui,

mas tô lá na página em branco.

a página em branco não sai daqui,

e quando o resto vira resto

a página em branco

já não é mais assim tão branco.

é que ela fica cheia de coisa

que eu queria botá

na pagina em branco.

e onde eu deveria tá

que tá cheio de coisa,

na verdade,

que é uma página em branco.

ps1.: isso nem deve ser uma poesia, nunca li regras para escrevê-las. talvez eu, nesse assassinato a academia de letras, esteja usurpando daqueles que estudam para escrever em verso, seu direito legítimo de serem poetas. perdoem-me!

ps2.: não gosto de colocar a primeira letra em maiúsculo, porque quando paro pra arrumar isso acabo esquecendo o que eu queria escrever; e depois, quando termino, prefiro não mexer porque dá vontade de mudar tudo, de apagar... acho melhor parir a coisa. também acho injusto com as letras essa hierarquia - se todo mundo entende o sentido né? a mesma coisa se dá com as palavras abreviadas e metáforas sem aspas...

ora, pra que tanta satisfação né? tenho licença poética!