terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

Extremo!


Se salgado ou meio doce
só não pode tá azedo;

De palpitar ou ninar de leve
só não pode tirar o sono;

Do sim ou não
de vez em quando há ve ser talvez...

Mas de leal não tem porque
vez ou outra virar as costas...
cortar o laço ou gerar um nó.

Nem mesmo há de passar sem pedir licença
sair trotanto, tremendo o chão, bagunçando o caminho.

E é expresso, não precisa ser gritante, apelante, inquietante...
Se tem início, o meio é consequencia... e o fim é do universo!

E nunca, nunca adquire permissão de ser desrespeitoso,
intrometido ou afiado além do que lhe cabe.
Se é curioso, va lá, mas pedante? Não, não há espaço.

Que as pernas que te dou sejam usadas para os passos largos adiante...
não para, cruelmente, cravando pegadas no chão
achares seu um território que não lhe cabe!

Que os braços que te envolveram e disseram adeus
mostrem-te um parto, um au revoir.
Eles não te conferem poder de segurar-me o pulso.
Doi, sabia?

E o meu coração? Há, esse não é terra inóspita...
Ao revés do que se pensa, é terra por vezes acolhedora demais,
exceto a aqueles que já foi dado espaço de sobra
e do mal uso fez perecer o direito,
e da boa vontade fez padecer o querer.


*imagem e título: Mayara Mutti

Um comentário:

  1. sim sim sim! belíssimo! :)

    "Que as pernas que te dou sejam usadas para os passos largos adiante...
    não para, cruelmente, cravando pegadas no chão
    achares seu um território que não lhe cabe!"

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