quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Feminilidade: No bu bu li li, no bu bu li lindo


Busca ou satisfação no contato com o Sublime.

Sexualidade (ou capacidade de perceber o corpo ou no corpo), Espiritualidade (ou capacidade de perceber com o silêncio ou no silêncio), Intelectualidade (ou capacidade de perceber com a mente ou na mente), Masculinidade (ou capacidade de perceber a força ou na força) e Feminilidade (ou capacidade de perceber o Sublime). Talvez seja esta a mais abençoada das faces da existência.

Percebemos a feminilidade (“f” minúsculo) nas expressões femininas; percebemos a Feminilidade (“F” maiúsculo) nas expressões do Sublime. Num cachorrinho todo feliz, numa risada de criança, na maternidade em si, no amor da leoa pelo leãozinho, na própria imagem que temos do leãozinho, numa música gostosa, numa linda mulher, num chero no cangote, naquele lugar ou momento tão lindo que chega a dar um frio na barriga, no amor entre verdadeiros amigos, numa gargalhada sincera e em infinitas expressões ou manifestações da Beleza, percebemos o Sublime.

Pois bem, a Feminilidade talvez seja a forma mais palatável de percepção do Mistério. Assim, através Dela, aqueles que ainda não percebem Deus (ou a Racionalidade em si), ao tomarem posse de algum momento Sublime, percebem, sentem, Entendem – mesmo que por uma fração mínima de tempo – esta nova realidade. Ficam muito empolgados, felizes, mas, no fundo, bem lá no fundo de suas mentes (não em suas almas), sentem medo. Então, suas mentes prontamente tratam de sufocar, falsear, camuflar o Mistério e deixar só a beleza (com “b” minúsculo).

Agora, se por algum motivo (e aqui temos tema para um ótimo Tratado) ficar qualquer resquício do Mistério, aí brother, temos uma coisa realmente boa. ;)

As mais líricas vibrações do Universo Cantam. Os anjos se beijam. O Prazer com letra maiúscula finalmente acontece. Não tem como nada ser tão, tão perfeito. Um Deus-Zeus ficaria com inveja daquela criatura, porque outra Consciência descobriu finalmente o Novo. Enfrentou o desconhecido e ganhou. Foi além. Mergulhou finalmente. A dança menina. Nasce o que há. Os serafins e deuses com letra minúscula viram seus olhos. Cantam. Gritam.

Sabe o que tem de mais legal nisso: isso já aconteceu com você, mesmo que ainda não tenha acontecido.

4 comentários:

  1. "Foi mistério e segredo, e muito mais"
    - Alceu Valença

    Talvez essa seja, também, a mais amaldiçoada das faces da existência. No mundo da guerra e da barbárie não há espaço para sublimiscências. Triste! flores no front.

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  2. Eu compreendi o que você disse, apesar de eu percorrer por outro lado (ou, melhor dizendo, andar de outra forma o mesmo lado) - [hum, longe de querer definir qual dos dois é o melhor, ou mais correto (até porque isso seria meio complicado neste caso), eu só prefiro Perceber com outras lentes: as que mais me agradam].

    Então, eu sei que Ela – a feminilidade – pode conduzir a um lado muito perverso, talvez um dos piores (concordo absolutamente com você). Mas, assim como toda forma de percepção pode nos levar ao céu e ao inferno, ela, devidamente ampliada, leva ao que, PRA MIM, é a própria razão da Existência. Mais ou menos assim: se o Universo, com todas as suas aleatoriedades (racionais), conduzir a um só evento de percepção do Sublime (com letra maiúscula), já tá de bom tamanho, não precisa de mais de nada... As experiências traumáticas, neste caso, (pra mim, que fique bem frisado) perdem grande parte da importância. Acho que são calos necessários pra se construir uma coisa muito especial: quando a coisa está pronta, a gente nem liga mais pros calos.
    Então, com essas lentes que uso (ou procuro usar), o front, a guerra e a barbárie se engravidam de sentido quando, por exemplo, esse pano de fundo servir para que essa flor metafórica seja devidamente lida, mesmo que por um breve instante (quando o nada e o tudo se juntam e se tornam uma coisa só, o Bem e o Mal se entendem – quando "o Mal, vem de braços e abraços com o Bem num romance astral"). O fim justifica e dá vida ao meio, neste caso (pra mim... :D)

    Sim, eu acho que isso é muito de cada um ou da Fase de cada um. Talvez o Salto pra alguns se dê por outra porta, ou outras portas. Eu, particularmente, neste “sisteminha” do começo do texto, gosto mais desta porta, a da percepção do Sublime, a feminilidade. Por isso, disse que era talvez a mais abençoada.

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  3. A sensação de que você (acontecendo, vivendo) é um acorde da Música (com letra maiúscula)... Dá até gosto de perceber (em itálico), mas deixar estar, deixar tocar...

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  4. A questão deste texto é o lado do cérebro que se usa.

    Sua essência só pode ser percebida, assimilada pelo lado direito do cérebro (até porque fala exatamente de uma percepção apenas realizada neste lado do cérebro).

    Pro lado esquerdo, existem as dicas, diversas e bem detalhadas, até. Mas a compreensão é impossível para o esquerdo. Fica parecendo um monte de coisas sem nenhum sentido ou com um sentido oculto, que deve ser "desocultado", descoberto...

    Este é o jeito errado de ler este texto. Não é o entendimento, nem a razão, nem a lógica que o revelam. Por isso, que o lado esquerdo fica boiando aqui.

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