sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Nossa Santidade


"- O que sua Santidade pensa do vegetarianismo?

Dalai-Lama: É o que há de melhor. Devemos realmente incentivar o vegetarianismo. E mesmo quando não se consegue ser perfeitamente vegetariano, quando damos um banquete ou uma recepção, é melhor propor apenas pratos vegetarianos. Algumas pessoas dizem que são vegetarianas e consideram os peixes e outros animais como legumes. Quando se pretende ser vegetariano, deve-se considerar os siris e outros "frutos" do mar como carne. 'Vegetariano' quer dizer 'aquele que só come vegetais'. Nos dias de hoje, existem pessoas que dizem ser vegetarianas, mas, quando elas entram num restaurante, é preciso observar como os peixes e os siris do aquário arregalam os olhos de medo!"

Dalai-Lama. Pacificando o Espírito, Meditação sobre as Quatro Nobres Verdades de Buda. Ed. ABDR, 2001. 4 ediçao. Pág. 124.

5 comentários:

  1. Nós, as assassinas da casquinha de siri do baba :)
    O certo mesmo é só absorver os fluidos do universo! infelizmente ainda não chegamos lá.

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  2. Rapaz, todo mundo quando assiste o Animal Planet fica torcendo pra "presa" se safar do "predador". Tenho certeza de que as pessoas não sentem essa 'pena' em relação aos "bichos" que comem porque já os encontram em forma de bonitos e suculentos filés em seus pratos.

    Acredito que se cada um precisasse matar a sua galinha pra comê-la, teríamos mais vegetarianos do que assassinos de galinha.

    Mas isso tudo é tema para a série "Baixe a bola, humano". Não quero me adiantar muito. :P

    Por enquanto, dizer que o Dalai Lama botou pra lenhar nessa aí (pra variar): vegetariano come vegetais. Ponto. Só queria saber dele a respeito do ovo e leite. Será que ele faz ressalva? =/

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  3. Sandro,

    Sua fala(defesa) foi no mínimo tendenciosa e pouco fundamentada. Essa de matar galinha foi uma furada. As civilizações foram instituídas e sempre se manteram, de forma bastante harmoniosa, se alimentando de produtos da caça, pesca e da agricultura. Sempre houve um equilíbrio entre as formas de obter os alimentos. Hoje, sob realidade diferente (o que daria um bom texto), muitas coisas mudaram, a saber o vertiginoso crescimento populacional presenciado, pouca comida(natural), muita gente, capitalismo-consumismo. Para suprir e compensar "nós" estamos produzindo nossos próprios alimentos, "plantamos galinhas", "cultivamos bois", tudo isso de maneira extremamente artificial e imediatista. A perda da naturalidade é algo que me incomoda em todo esse processo.

    Negar a utilização dos “bichinhos” em nossa alimentação significa negar todo um legado histórico das sociedades, exatamente isso de todas as sociedades. Mas, todavia, porém, se e somente se você estiver falando em outra “opção” para nos alimentar, considerada por você como a mais correta, a discussão é outra. A pior forma de sensibilizar uma pessoa a não comer DERIVADOS de animais é faze-lo negar essa história cultural, principalmente quando isso ocorre utilizando-se do mecanismo fraquíssimos como o DRAMA.

    Esses zóios do peixe me lembrando os ditos suculentos olhos de cabras...e ai topas???

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  4. Oxente, Henriqueta, que viagem é essa? O mundo muda, a comida acaba, a gente "planta" galinha? Uma dedução lógica irretocável?

    Diria Stolze (não o Pablo, o Magro mesmo): tá doidjo!?

    Você, por acaso, seguindo esse seu silogismo, concluiria assim?: o mundo mudou, a comida tá pouca, matemos uns aos outros porque não tem comida pra todo mundo? Não, né? O que você faz? Em? Em? Em? Busca alternativas, meu bom!

    O homem, do alto da sua inteligência, em meio às dificuldades e (frise-se) necesseidades, criou tanta coisa que chegou meios alternativos para se alimentar tais que, hoje, é capaz de se manter (bem) vivo sem sacrificar nenhum animal. É ou não é? Você pode, hoje em dia, viver uma vida inteira sem comer bichos e de modo muito saudável (não sei se mais ou menos - tomando saúde aqui na acepção fisiológica). [O que você vai perder? Paladar, prazer, gula...]

    Não me convence o argumento de que plantar galinhas foi a sulução que o homem criou pra o problema da falta de comida. Isso porque eu conheço essas outras saídas para a alimentação, as quais não envolvem a "brincadeira de Deus' que cria, sustenta, mata e come animais (que, pra mim, têm sentimentos, senso de comunidade, sente, dor etc.) como se fossem frutas.

    [Admito que faço uma hierarquização entre animais e plantas, com as últimas sucumbindo em prol do sustento - não prazer, paladar - dos primeiros. Admito mesmo.]

    Resumindo, não acho que comer bichos seja solução pra nada. Mas nem queria discutir muito isso. Pelo menos não aqui. Tô com o projeto de uma série que vai falar essencialmente sobre isso (sem se apegar ao "comer", é certo, mas aos bichos e a forma como os tratamos).

    Outra coisa: eu não tenho receio nenhum, amigo Sequestrado, em negar legados históricos com os quais eu não concordo. A ditadura da cultura posta não me encanta. Nasci e vivo num Estado (e pior, numa sociedade) que prega majoritariamente e tradicionalmente vááááários valores que eu abomino. Eu, particularmente (e eu não quero impor isso a ninguém!), hoje entendo que comer carne é errado. Se mil gerações de antepaçados entendiam diferente, azar. O meu diálogo, no caso, é entre mim e eu. Aliás, entre mim, eu, e os bichos. :P

    Não me apego, amigo de Pirajá, ao que a tradição me ensina. O mundo me dá incontáveis exemplos de valores trazidos pela tradição com os quais eu não concordo. Hoje, comer carne é um deles.

    E olhos de cabra... Deus é mais! Nem se comesse carne. Éca!

    ahuahuiahiuhauihauia

    Beijo, Gois! Feliz pela sua visita!

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